Camaradas, 
Que grande manifestação realizamos hoje, aqui em Lisboa e também no Porto.
Uma Manifestação Nacional que tem um objectivo muito concreto, a elevação das condições de vida e de trabalho dos jovens.
É esta garra, é esta unidade é este pulsar da vida que nos dá cada vez mais força e alento para continuar a luta por uma vida melhor.

Caros camaradas;
Os problemas dos jovens são mais que conhecidos, as ambições e as reivindicações dos jovens são mais que justas e compreendidas, todos sentimos e vivemos diariamente os atropelos e as barreiras que são colocadas, desde o jovem ao menos jovem os problemas persistem e ganham cada vez maior dimensão.

Gritamos bem alto hoje aqui pelo fim da precariedade;
Gritamos bem alto hoje aqui por maior estabilidade na vida;
Gritamos bem alto hoje aqui contra o aumento do custo de vida;
Gritamos bem alto hoje aqui pelo direito à habitação;
Gritamos bem alto hoje aqui pelo aumento geral e significativo dos salários
Mas o que gritamos hoje, gritamos ontem e antes de ontem! Então o que falta mudar?
Faltam mudar as políticas, não os protagonistas, mas sim as políticas. Falta mudar o rumo, respeitar quem trabalha, quem trabalhou e quem entra amanhã para o mundo do trabalho.
Falta responder aos problemas concretos, valorizar o trabalho, olhar para os trabalhadores como o centro e a prioridade das decisões e não para os interesses do grande capital.
Falta coragem para mudar, ou talvez a vontade para que tudo continue na mesma seja maior por parte de quem nos tem governado.

Nós, vós, sois trabalhadores, sois o futuro, sois aqueles que hoje e amanhã garantirão o futuro do país. Somos os verdadeiros construtores dum futuro melhor. Somos aqueles que diariamente fazem verdadeiramente falta nas empresas, nos supermercados, nos serviços, no hotel ou no restaurante, nos serviços públicos, no hospital ou na escola, somos nós, são os trabalhadores, nós somos quem trabalha, exigimos respeito por quem trabalha.

A intervenção da Maria João tocou nos aspectos essenciais dos problemas colocados à juventude. 
Portugal é o terceiro país da europa onde o índice de precariedade é maior. É assim que tratamos os nossos jovens.
O ano passado 70% dos contratos de trabalho realizados foram feitos com recurso a vínculos precários. E querem que aceitemos isso. 
Os salários cada vez estão mais esmagados e agarrados ao salário mínimo nacional. Mas temos que ter em conta a produtividade dizem eles.
A produtividade é mais baixa que a média europeia, dizem eles, mas não dizem que os salários são 40% mais baixos que a média europeia, dá jeito estarem calados.

Temos que supostamente nos adaptar ás novas formas de trabalho, mas adivinhem lá, nunca em prol dos trabalhadores.
O mundo avança e ficamos presos no tempo, dizem eles, até nos dizem que temos sempre a mesma cassete, o que é certo é que a cassete deles toca a mesma musica à mais de 40 anos e nós, nós que somos trabalhadores, nós sim é que nunca saímos da cepa torta, nós é que estamos sempre a empobrecer, nós é temos sempre os horários cada vez mais desregulados, nós é que temos cada vez mais dificuldades para chegar ao fim do mês, por isso dizemos-lhes, ide enganar outro. Nós sabemos do nosso valor, nós sabemos quem somos, nós somos quem trabalha, e nós vamos à luta por uma vida melhor, porque a luta é a nossa arma e quem luta não desarma.

Camaradas e amigos;
Independentemente do governo A ou do governo B uma coisa é certa. Esta nossa central tem 53 anos de vida, quase a fazer 54.
Já passamos por muito. Por momentos muito difíceis, mas soubemos resistir, soubemos lutar, soubemos transformar e soubemos em todos estes anos respeitar e nunca trair aqueles que acreditam em nós, os trabalhadores.
Independentemente do governo A ou do governo B contem com uma coisa, empresa a empresa, local de trabalho em local de trabalho, na rua, vamos continuar a lutar por uma vida melhor. 

Estamos em luta hoje, vamos estar em luta no próximo dia 25 Abril, juntamente com milhares e milhares de trabalhadores pelas ruas de todo país, em defesa dos valores de Abril, por todo o seu significado e por tudo o que já conquistamos, que vamos continuar a defender e por tudo o que ainda temos e vamos conquistar.

Vamos estar em luta no próximo dia 1 de Maio, em todos os distritos do país, trazendo para a rua no dia do trabalhador a realidade dos locais de trabalho, cada empresa 1 pano, cada reivindicação uma voz, cada braço uma alavanca, juntos por uma sociedade mais justa e solidaria, por um futuro melhor.

Vamos à luta camaradas;
•    Contra o aumento do custo de vida;
•    Pelo aumento dos salários em 15% num mínimo de 150 euros;
•    Pelas 35h para todos e contra a desregulação dos horários de trabalho, contra a normalização do trabalho aos sábados, domingos e feriados, bancos de horas e adaptabilidades;
•    Pela defesa da Contratação Colectiva;
•    No combate à precariedade, aos recibos verdes encapotados, ás empresas de trabalho temporário que não criam rigorosamente nada a não ser baixos salários, exploração, dificuldades na vida;

Vamos à luta por uma vida melhor!
A Luta Continua camaradas!
Viva a InterJovem
Viva a luta dos Jovens Trabalhadores
Viva a CGTP-IN
A Luta continua!!!!