A conquista das oito horas de trabalho diárias 48 semanais foi um marco na história dos direitos laborais. Em 1886 em Chicago, realizaram-se greves e manifestações em defesa das oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de lazer, que terminaram com a morte de centenas de trabalhadores, o que daria origem à criação do Dia do Trabalhador, três anos depois.

Os trabalhadores portugueses do comércio e da indústria conseguiram a jornada diária de oito horas a partir de 17 de Maio de 1919, ao mesmo tempo que os empregados da banca e escritórios passaram a trabalhar sete horas diárias.

Em 1962, em plena ditadura fascista, as lutas dos operários agrícolas dos campos do sul conquistaram as oito horas de trabalho diárias, num sector onde se trabalhava de sol a sol.

Já em 1969, os trabalhadores do comércio, após muitas lutas, conseguiram as 45 horas semanais, a chamada semana inglesa, com um dia e meio de descanso por semana.

Só em 1996 foi consagrado na lei o período semanal de trabalho máximo de 40 horas e dois dias de descanso, embora tivesse levado mais algum tempo, e mais lutas, (como as do sector têxtil, nos anos 90 do século passado), até que a regra fosse cumprida por todos os sectores.

Hoje luta-se pela semana de 35 horas de trabalho, para todos, sem perda de remuneração!

Portugal é o quarto país da União Europeia onde se trabalha mais horas por semana. O prolongamento generalizado e a constante irregularidade dos horários e tempos de trabalho são incompatíveis com a necessária conciliação da vida profissional com a vida pessoal.

O alargamento e a desregulação dos horários de trabalho são dos principais problemas com que hoje se debatem os trabalhadores.

O trabalho por turnos, à noite, ao sábado ou ao domingo e os horários desregulados fazem parte do quotidiano e têm crescido nas últimas décadas.

Ao mesmo ritmo, têm aumentado problemas associados às longas jornadas de trabalho e aos riscos profissionais.

Aos patrões, que enchem a boca de responsabilidade social e com a baixa natalidade, só interessa o lucro.

Temos direito a ter tempo para viver!

Não à exploração e ao empobrecimento.