No domingo, 25 de Novembro, assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que tem a sua origem história na homenagem às três irmãs Mirabal, activistas políticas na República Dominicana, que neste mesmo dia em 1960 foram assassinadas pelo regime ditatorial de Rafael Trujillo.
Em Portugal, a data surge geralmente associada à violência doméstica contra as mulheres que continua a ser um grave problema no nosso país e que se agravou no presente ano.
A violência doméstica, em muitos casos, tem uma ligação estreita com outras expressões de violência, directa ou indirecta, contra as mulheres, no mundo do trabalho.
Essas outras expressões passam pelo desemprego e pelos novos riscos de perda de postos de trabalho para centenas de mulheres, bem como pela existência prolongada de situações de salários em atraso, de precariedade elevada (em especial, de jovens trabalhadoras) e de pobreza laboral, dado que continuamos a empobrecer a trabalhar (são as mulheres que continuam a auferir maioritariamente o salário mínimo nacional e as mais baixas pensões de reforma).
Estão também reflectidas na prevalência das discriminações salariais e na desvalorização das actividades profissionais e qualificações das mulheres.
Estão igualmente presentes na pressão, intimidação e nas diversas formas de assédio no trabalho, bem como na persistência de doenças profissionais (lesões músculo-esqueléticas) que afectam maioritariamente as mulheres.
Estão fortemente ligadas à desregulação desenfreada dos horários de trabalho, obstaculizando a conciliação do trabalho com a vida familiar e pessoal.
Para eliminarmos a violência, temos de combater as suas causas e os seus responsáveis, no trabalho e na vida, em todos os dias do ano, até que assinalar esta data não seja mais necessário.