A FNAM saúda todos os médicos que aderiram à greve e responderam, com grande unidade, a dois dias de paralisação de elevada adesão, com uma média nacional, em ambos os dias, de 75%. O Ministério da Saúde de Ana Paula Martins deve refletir sobre cada consulta e cirurgia adiada, que causa um enorme transtorno na vida dos utentes do SNS, do qual é o único responsável, uma vez que nada fez para garantir mais médicos no SNS.
A FNAM destaca igualmente a participação dos médicos e de utentes nas concentrações realizadas no Porto, Coimbra e Lisboa, que somaram a sua voz às soluções da FNAM para garantir uma negociação séria e sem jogos de bastidores, que inclua os temas essenciais para fixar médicos no SNS e com um calendário adequado à urgência que se vive no SNS.
Estes dois dias de greve geral, além da greve ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários que se prolonga até 31 de agosto, são um aviso ao Ministério da Saúde (MS) de Ana Paula Martins de que é urgente negociar, e em tempo útil, a atualização das grelhas salariais para estarem inscritas no Orçamento de Estado de 2025, e as condições de trabalho como a revisão do nosso período normal de trabalho semanal, tendo em vista a reposição das 35 horas, e da reintegração dos médicos internos na carreira, que são um terço da nossa força de trabalho.
A FNAM continua sem resposta do MS à proposta para que os médicos com CIT pré-20213 tenham os salários atualizados e acesso à carreira, exigiu a clarificação do novo Decreto-Lei 45A-2024 relativo ao pagamento do trabalho suplementar dos médicos e contesta o novo índice de complexidade dos utentes, com critérios discriminatórios para os utentes baseados no género, nacionalidade e classe social.
A FNAM vai continuar a defender os 31 mil médicos do SNS, para que tenham salários justos e condições de trabalho dignas, para garantir os melhores cuidados de saúde à população, num SNS público, universal e de qualidade, pelo que aprofundaremos as formas de luta até que a intransigência e a teimosia do MS de Ana Paula Martins dê lugar à verdadeira vontade negocial para haver mais médicos no SNS.
Fonte: FNAM