A partir de 8 de abril (segunda-feira), professores iniciarão greve
à manutenção dos equipamentos tecnológicos e ao suporte técnico de provas digitais
Os professores de informática e, em algumas escolas, docentes de outras disciplinas, irão fazer greve à manutenção dos equipamentos tecnológicos e ao suporte técnico de provas digitais, a partir de 8 de abril. Em suma, esta greve incidirá sobre tarefas que, à falta de técnicos para as executar, estão a ser atribuídas aos docentes.
A manutenção de equipamentos das escolas, sejam computadores de alunos, professores ou de atividade geral da escola/agrupamento está a ser atribuída aos docentes em horas da sua componente não letiva de estabelecimento. Isto deve-se ao facto de não haver empresas ou técnicos que se candidatem a esse trabalho, provavelmente devido ao baixo valor que é proposto pelo ME. Segundo os professores de informática, em média, as escolas terão acima de 30 computadores avariados, número que, dada a fraca qualidade dos equipamentos, poderá duplicar até ao início do próximo ano letivo. O trabalho que está a ser entregue aos professores irá ser ainda mais exigente pelo facto de estarem a terminar os períodos de garantia dos equipamentos.
É certo que foi anunciada, pelo anterior governo, uma verba de 6,5 milhões de euros para a compra de novos equipamentos, contudo, segundo o próprio ministério, essa verba será apenas para adquirir equipamentos de substituição de computadores perdidos ou inutilizados, não para reparar avarias. Tal verba permitirá, em média, a aquisição 20 equipamentos por escola/agrupamento, o que fica muito aquém das necessidades e não resolve o problema que os professores de Informática vêm colocando. Ademais, estes docentes são dos que têm um maior número de turmas atribuídas e, como tal, de alunos que chegam a atingir as quatro e cinco centenas. Esta realidade leva a que a sua componente não letiva esteja completamente preenchida com reuniões e outra atividade inerente à função docente. Independentemente disso, os professores contestam o facto de lhes serem atribuídas tarefas que não fazem parte do conteúdo funcional da profissão docente estabelecido no Estatuto da Carreira Docente (ECD).
Em relação ao suporte técnico à realização de provas em meio digital, o problema resolve-se, pelo menos de imediato, se as provas se realizarem em papel. Esta opção será a mais adequada não apenas pelo problema técnico, mas também porque a sua realização em formato digital é fator acrescido de desigualdade entre alunos, o que é reprovável.
A greve não incide sobre atividade letiva e junta-se a outras três que continuam em curso: greve ao sobretrabalho; greve às horas extraordinárias; greve à componente não letiva de estabelecimento. Espera-se que a próxima equipa ministerial tenha abertura para resolver os problemas que estão na origem destas greves.
Fonte: FENPROF