Na reunião que teve lugar na quarta-feira, a administração da EDP, através das suas Relações Laborais, não abriu espaço para, pelo menos, sinalizar a apresentação de uma proposta concreta sobre a valorização das carreiras. Não o fez porque pretende testar a força dos trabalhadores.
No comunicado que emitiram, a Fiequimetal e os seus sindicatos no Grupo EDP (SITE Norte, SIESI, SITE Centro-Norte e SITE CSRA) apelam à participação na greve convocada para dia 24, quarta-feira.
Foi emitido um pré-aviso de greve de 24 horas, que permitirá também a participação numa concentração, a realizar em Lisboa.
O caminho para demonstrar o descontentamento é a luta. Esta é a única resposta à posição patronal, que em todas as reuniões foi de recusa de resposta às matérias contidas na Carta Reivindicativa entregue a 18 de Outubro. A administração tentou desvalorizar a greve às horas extra e procurou misturar a negociação da tabela salarial com as razões da greve ao trabalho suplementar.
Está na hora de dar uma resposta cabal à administração, fazendo greve e tornando público que a EDP não quer valorizar as carreiras e as profissões do seu principal activo que são os trabalhadores, apesar dos 946 milhões de lucros alcançados nos primeiros nove meses de 2023.
Sobre salários só conversa
A proposta da Fiequimetal para a actualização salarial anual é de mais 170 euros nos salários e mais 8,26% nas matérias de expressão pecuniária.
A administração quer, à força, não uma negociação, mas uma imposição.
Além de querer impor a seu belo prazer os prazos negociais, colocou para negociação quatro pontos, sem especificar valores:
- Percentagem igual para todos, com majoração das BR 2, 3, 4 e 5, mas sem dizer a percentagem;
- Actualização de valor dos turnos, com percentagem superior à tabela;
- Actualização de valor da disponibilidade, com percentagem superior à tabela;
- Modelo de aceleração de carreiras para as BR 2, 3, 4 e 5, sem concretizar.
Isto é uma proposta minimalista, que não valoriza os trabalhadores.