Os números mais recentes relativos à taxa de desemprego divulgados hoje pelo Eurostat revelam que Portugal entrou em alerta vermelho. A taxa de desemprego do mês de Julho foi de 10,8%, mais 0,8 pontos percentuais que em Julho do ano passado. Portugal continua a registar valores superiores aos da UE27 (9,6%), ocupando o quarto lugar dos países da Zona Euro com maior taxa de desemprego.

 

 

 

Comunicado de Imprensa n.º 047/10

Desemprego: falham as previsões e as políticas

 

 

Os números mais recentes relativos à taxa de desemprego divulgados hoje pelo Eurostat revelam que Portugal entrou em alerta vermelho.

A taxa de desemprego do mês de Julho foi de 10,8%, mais 0,8 pontos percentuais que em Julho do ano passado. Portugal continua a registar valores superiores aos da UE27 (9,6%), ocupando o quarto lugar dos países da Zona Euro com maior taxa de desemprego.

Ao mesmo tempo foram revistos os valores relativos aos meses anteriores, todos no sentido da alta, destacando-se Maio e Junho, meses em que a taxa de desemprego atingiu o máximo histórico de 11%.

Como é do conhecimento público estes dados subestimam a verdadeira dimensão do desemprego mas, ainda assim, indiciam que, a continuar esta tendência de agravamento do desemprego a meta do Governo para este ano (9,8%) será certamente ultrapassada.

Estes dados revelam também que além do agravamento do desemprego em termos globais, a situação das mulheres e dos jovens é particularmente preocupante, também registando taxas de desemprego acima da média da UE27.

A taxa de desemprego dos jovens até aos 25 anos é de 20,2%, tendo os jovens com menos de 35 anos um peso de 45% no desemprego total. Mercê das políticas desastrosas seguidas nos últimos anos, a situação dos jovens no mercado de trabalho do nosso país agravou-se brutalmente, tendo Portugal mais que duplicado as taxas de desemprego juvenil observadas no início da década passada, num contexto em que a população jovem está a diminuir e a taxa de actividade também.

As mulheres portuguesas têm uma taxa de desemprego de 11,8% face a 9,8% entre os homens e a 9,6% na média da União Europeia.

Estes números demonstram o falhanço das políticas seguidas até agora e tenderão a agravar-se se o Governo do PS com o apoio do PSD insistirem na continuação da implementação do Programa de Estabilidade e Crescimento que submeteram a Bruxelas.

No momento em que se aproxima a apresentação da proposta do Orçamento de Estado impõe-se uma profunda alteração de políticas que ponham travão ao declínio económico e ao aumento da pobreza, impulsionem a economia e o desenvolvimento económico através do aumento real dos salários e promovam a criação de emprego de qualidade. Face à dimensão do número de desempregados que já perderam ou estão em risco de ficar sem protecção social impõe-se ainda a reposição dos apoios sociais, nomeadamente o prolongamento do subsídio social de desemprego.

Ao contrário do que o Governo tem feito é hora de falar menos e fazer mais pelos trabalhadores e desempregados.

 

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 31 de Agosto de 2010