Mais um ano de comemoração do Dia Nacional Da Prevenção e Segurança no Trabalho e mais um ano a comemoração tem um sabor agridoce. Sem dúvida que não podemos deixar de nos contentar com o facto de mais uma vez o número de acidentes mortais ter descido no último ano (120 em 2008 e já 31 em 2009).

Comunicado de Imprensa n.º 028/09

 

28 de Abril – Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho

 

Mais um ano de comemoração do Dia Nacional Da Prevenção e Segurança no Trabalho e mais um ano a comemoração tem um sabor agridoce. Sem dúvida que não podemos deixar de nos contentar com o facto de mais uma vez o número de acidentes mortais ter descido no último ano (120 em 2008 e já 31 em 2009). É igualmente motivo de contentamento o facto de, finalmente, estar no terreno uma estratégia nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012. Podemos dizer que algo parece estar a mudar no panorama nacional de prevenção dos Acidentes e Doenças profissionais.

Contudo, resta ainda um caminho longo a percorrer até que possamos, pelo menos, considerar-nos na média europeia em termos de sinistralidade laboral. Não podemos nem devemos esquecer o elevado número de acidentes que continuam a ocorrer todos os dias nos nossos locais de trabalho (237.392 acidentes em 2006), que vitimam milhares de trabalhadores impedindo-os de prosseguir a sua vida activa na melhor das condições integridade física e mental. Não podemos também esquecer as milhares de doenças profissionais, cujo número tende a aumentar de ano para ano (de 1320 casos em 2001, passámos para 3577 casos em 2006) e o número de trabalhadoras e trabalhadores que sofrem silenciosamente de doenças relacionadas com o trabalho, associadas aos riscos emergentes e que, nem ao menos, lhes é garantido um direito de reparação que lhes minimize esse sofrimento, nem todo o prejuízo social, humano e até económico que este problema continua a causar, transformando-se num importante obstáculo rumo ao desenvolvimento e à, constitucionalmente protegida, valorização social pelo trabalho.

Este dia também deve servir para lembrar essas pessoas. Este dia deve ser mais um dia no longo caminho que devemos prosseguir no sentido de uma maior humanização do trabalho, contribuindo para que, como diz o poeta “não se viva, perdendo a vida a trabalhar”.

Lisboa, 28.04.2009
DIF/CGTP-IN