REJEITAR O PACOTE LABORAL | PROSSEGUIR A LUTA

+ SALÁRIO + DIREITOS + SERVIÇOS PÚBLICOS


A Greve Geral que hoje estamos a realizar, com a participação massiva dos trabalhadores, nas empresas do sector privado, nos serviços da Administração Pública Central, Regional e Local e nas empresas do Sector Empresarial do Estado, constitui uma importante jornada de luta contra o retrocesso e a exploração.

É uma poderosa resposta à violenta ofensiva que representa o pacote laboral e a política de direita ao serviço dos grupos económicos e financeiros que ataca salários, direitos e serviços públicos, protagonizada pelo governo do PSD/CDS e apoiada pelo CH e IL.

A CGTP-IN saúda todos aqueles que, de norte a sul do país, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, aderiram hoje à Greve Geral para afirmarem a sua rejeição do pacote laboral, um inaceitável ataque aos direitos conquistados com Abril e construídos por gerações de trabalhadores e uma afronta aos direitos inscritos na Constituição da República Portuguesa.

A CGTP-IN saúda de forma particular os milhares de trabalhadores, muito deles jovens, que pela primeira vez deram o passo para participar na luta, e que apesar dos seus vínculos precários, resistiram às chantagens e pressões, numa valiosa demonstração de força e confiança na luta por um outro rumo para o país.

Saudamos, também, os muitos milhares de dirigentes, delegados e activistas sindicais da CGTP-IN, bem como de outras estruturas representativas dos trabalhadores, incluindo as organizações sindicais não filiadas que se associaram à Greve Geral. A unidade na acção a partir dos locais de trabalho, o reforço do trabalho conjunto e solidário, na mobilização e organização da luta, na construção e participação dos piquetes de greve, foram um contributo decisivo para a grande adesão à Greve Geral. 

Realizamos esta Greve Geral num quadro que se caracteriza pela enorme dificuldade que a maioria dos trabalhadores tem para assegurar os mínimos de sobrevivência, agravadas pelo brutal aumento do custo de vida e por um ataque concertado aos direitos, levado a cabo pelo governo e em resposta aos anseios dos patrões para aumentar a exploração e degradar as condições de vida de quem vive do seu trabalho.

Querem agora piorar uma lei que já hoje é muito prejudicial para quem trabalha para ser usada como arma de agressão aos trabalhadores. Querem perpetuar os baixos salários, impor os despedimentos sem justa causa, agravar e eternizar a precariedade, desregular e alongar ainda mais os horários de trabalho, atacar os direitos de maternidade e paternidade, destruir a contratação colectiva e os direitos nela consagrados, atacar a liberdade sindical e o direito de greve.

Mas não contaram com a força dos trabalhadores. Apesar das inúmeras tentativas de limitação do direito à greve – desde a imposição de serviços mínimos que, na prática, são máximos, às manobras de troca de horários que colocam de folga trabalhadores comprometidos com a luta para não contarem para os dados de adesão, passando ainda pelas ilegais substituições de trabalhadores grevistas e pelas pressões e chantagens exercidas - a enorme adesão traduz uma coragem e resistência de grande significado.

Esta grande Greve Geral demonstra que os trabalhadores não se resignam, que rejeitam o pacote laboral e que estão determinados nesta luta pela derrota de uma política que põe em causa o futuro do país.

Não aceitamos retrocessos, exigimos um outro rumo no qual os trabalhadores sejam valorizados, que estejam no centro de uma política de desenvolvimento e progresso, que defenda e reforce os serviços públicos e as funções sociais do Estado e que garanta uma vida digna para todos os que trabalham e trabalharam tendo como base os direitos de Abril que a Constituição consagra e que têm de ser cumpridos.

Assim, os trabalhadores presentes nesta Concentração/Manifestação/Praça de Greve, assumem o compromisso de continuar a luta contra o retrocesso e a exploração, contra o pacote laboral de assalto aos direitos, por mais salário e mais direitos, desde já com o desenvolvimento da luta reivindicativa nos sectores, empresas e locais de trabalho.

Esta grande luta que hoje realizámos, esta força imensa demonstrada hoje por quem trabalha, é um aviso claro a todos aqueles que consideram que a voz dos trabalhadores não conta. Será esta mesma força que dará expressão e continuidade a qualquer luta que seja necessária travar, com confiança e de olhos postos num futuro de progresso e justiça social.

Vamos travar a política de empobrecimento e ataque aos direitos e abrir caminho para um Portugal com futuro.

A resistência, a determinação e a luta em unidade serão a garantia da vitória.

Viva a Greve Geral!

Viva a CGTP-IN!

Viva a luta dos trabalhadores!


11.12.2025
CGTP-IN