A CGTP-IN reuniu com o Movimento Vida Justa e representantes de 57 organizações, onde se abordou a realidade e situação dos trabalhadores em diversos bairros da periferia de Lisboa, onde a falta de respostas aos problemas continua a hipotecar o futuro e a falhar nas respostas sociais necessárias.

Os baixos salários, a precariedade, a negação do direito à habitação, os horários desregulados, os múltiplos empregos para fazer face à insuficiência dos salários são traços que unem milhares de trabalhadores que, independentemente da zona onde vivem e da sua etnia ou nacionalidade, sofrem as consequências de opções políticas de sucessivos governos que procura perpetuar um modelo de exploração sustentado na divisão dos trabalhadores e que se alimenta de ideias racistas e xenófobas.

O governo PSD/CDS-PP tem sido lesto em promover medidas que mantêm e aprofundam este modelo, o que se confirma no Orçamento de Estado que agora se debate. É também este governo que apresenta um plano de acção para as migrações que, como a CGTP-IN oportunamente denunciou, promove um caminho persecutório aos trabalhadores imigrantes, e que revoga o procedimento por declaração de interesses, procurando responsabilizar estes trabalhadores por problemas que radicam de opções políticas, deste e de anteriores governos, que negam o direito à habitação e degradam condições de vida e de trabalho.

Tendo em conta acontecimentos recentes, a CGTP-IN lamenta a morte de Odair Moniz na sequência de uma perseguição policial. Exige-se o apuramento das responsabilidades pelas entidades competentes, assim como as respostas políticas necessárias para que se garanta a segurança das populações, com uma preparação adequada dos agentes das forças de segurança, um policiamento de proximidade, o respeito pelos direitos consagrados constitucionalmente e uma política que combata as desigualdades e garanta uma melhoria das condições de vida e de trabalho para todos.

A CGTP-IN acompanha com preocupação os actos de violência e aproveitamento que criaram sérios danos em diversas estruturas que servem as populações e que deixaram em estado grave o trabalhador da Rodoviária de Lisboa (a prestar serviços para a Carris Metropolitana), Tiago Cacais, que conta com a nossa solidariedade.

A resposta reside, como já foi demonstrado, na unidade de todos os trabalhadores, independentemente da sua origem, etnia ou nacionalidade, na luta pelo aumento dos salários, pelo combate à discriminação e ao racismo, pelo direito à habitação, pelos valores de Abril, dando combate às divisões artificiais que forças de direita e de extrema direita procuram promover. É essa a força capaz de fazer avançar nos direitos e na melhoria das condições de vida de todos os trabalhadores, dando um verdadeiro combate às discriminações e ao racismo. 

Pol. Sociais/CGTP-IN
12.11.2024