No final de Agosto estavam registados 295,4 mil trabalhadores desempregados nos centros de emprego do país, mais 4,4% em relação ao mesmo mês do ano passado e mais 3,9% face ao mês anterior, agravando o crescimento do desemprego que se vem verificando desde Julho.

O desemprego aumentou pelo segundo mês consecutivo em todas as faixas etárias, tendo crescido em todos os graus de ensino acima do 1º ciclo do ensino básico e em praticamente todos os distritos do continente.

A precariedade dos vínculos laborais continua a ser a principal causa de desemprego: 46% dos trabalhadores desempregados que se inscreveram nos centros de emprego do continente ao longo do mês tinham contratos a prazo anteriormente.

A maioria dos desempregados não tem acesso a qualquer prestação de desemprego. E os que têm prestações de desemprego confrontam-se com valores muito baixos: em média 577 euros no conjunto dos vários subsídios, um valor pouco superior ao limiar da pobreza (551 euros), mas com metade a receber no máximo até 500 euros mensais devido aos baixos salários, precariedade e carreiras irregulares.

Mesmo o subsídio de desemprego, a prestação que abrange mais desempregados (mais de 3/4 do total), é de apenas 620 euros, em média, seguindo-se o subsídio social de desemprego subsequente (425 euros) e o subsídio social de desemprego (408 euros).

A baixa cobertura e os valores prestacionais reduzidos justificam que a percentagem de trabalhadores desempregados que vive em situação de pobreza mesmo após as transferências sociais seja de 43,4%.

O número de ofertas de emprego continua muito aquém das necessidades. No final do mês se todas as ofertas de emprego tivessem sido satisfeitas, seriam abrangidos apenas uma ínfima parte  dos desempregados inscritos no todo nacional (4,2%).

A opção do Governo PS em manter os instrumentos que perpetuam os baixos salários e a precariedade traduz-se na degradação das condições de vida de quem trabalha, num quadro de aumento da riqueza criada no nosso país e de um crescimento galopante dos lucros do grande capital.

Estes dados confirmam uma absoluta necessidade de um aumento geral e significativo dos salários em pelo menos 15%, não inferior a 150€, para repor o poder de compra e melhorar as condições de vida, que os trabalhadores exigem e o País precisa.

É URGENTE, POSSÍVEL E NECESSÁRIO MAIS EMPREGO COM DIREITOS E O AUMENTO GERAL E SIGNIFICATIVO DOS SALÁRIOS!
OS BAIXOS SALÁRIOS E A PRECARIEDADE ESTÃO A POR EM CAUSA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS!