O que a CML decidiu retirar da Carris para o Websummit daria para uma atualização salarial, este ano, em mais 109 € para cada trabalhador.
Na discussão do Orçamento da CML para 2025, foi aprovado no dia 25/10, a atribuição de 4 milhões de euros para o Websummit, ao mesmo tempo que foi retirado este valor, do investimento para a Carris em 2025.
Tal facto, embora com a “desculpa”, de que este investimento será coberto com fundos europeus, (a ver vamos se será!) representa, uma transferência inadmissível, de investimento na Carris e nos seus trabalhadores, diretamente para um evento de natureza privada.
Rejeitamos em absoluto a questão de princípio que está na base desta decisão. O atual executivo da CML deveria ter como preocupação o investimento no transporte público e na melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores, essenciais para o colocarem em funcionamento e não os interesses privados que se movem em eventos como o Websummit.
Os trabalhadores da Carris merecem respeito e reconhecimento. Não deixaremos de o exigir no processo de negociação do AE. Não será o facto da CML entregar a privados o que devia vir para o investimento na Carris e nos seus trabalhadores, que nos limitará nas reivindicações a apresentar.
Em resultado do processo de auscultação aos trabalhadores, temos a proposta de revisão para 2025, em condições de ser entregue ao C.A., para que o processo de negocial, se inicie.
A proposta incidirá, para além de um conjunto de propostas em outras matérias, RCP incluído, em quatro questões
centrais:
✓ Um aumento real dos salários, de 15%, no mínimo de 150€ a cada trabalhador;
✓ A evolução para as 35 horas e consideração do pagamento em extraordinário das deslocações;
✓ A criação de um subsídio compensatório para os trabalhadores dos setores fixos;
✓ O aumento do subsídio de refeição para 15€.
Nos próximos dias iremos discutir a situação criada pelo executivo da CML, com os trabalhadores, de modo a tornar visível o protesto dos trabalhadores e desde já apelamos a que os trabalhadores de todos os setores da Carris, levem a sua indignação à rua, para que ela se faça ouvir junto de todos os que no atual executivo da CML contribuíram para esta transferência para os privados, do que devia vir para a Carris.
Fonte: STRUP - Sindicato dos Trabalhadores de TRANSPORTES RODOVIÁRIOS e Urbanos de Portugal