Há professores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) que estão sem progredir na carreira desde o início do milénio. Alguns já acumulam 30 e mais pontos, decorrentes da avaliação do desempenho, contudo, apesar de, na Administração Pública, atualmente, só serem necessários 8 pontos para mudança de posição remuneratória, nesta escola, como em tantas outras instituições de ensino superior, a regra não se aplica. O que determina a mudança com caráter obrigatório é a obtenção da classificação de Excelente durante 6 anos consecutivos, o que até permite às instituições gerir a atribuição dessa menção, atribuindo classificação inferior no último ciclo avaliativo e, assim, inviabilizando a mudança.
Segundo as próprias instituições, para a progressão ter lugar com base nos pontos seria necessária a saída de um despacho conjunto da Educação e das Finanças, o que é discutível. O que é verdade é que as instituições alegam esse facto para impedir as progressões na carreira docente, com gravíssimos prejuízos e intolerável discriminação em relação a outras carreiras.
Os docentes da ESEnfC não toleram mais continuar com a carreira congelada, alguns obrigados a marcar passo há mais de duas décadas sem qualquer valorização remuneratória, situação imprópria, ilegal e absolutamente inaceitável.
No dia 3 de junho, segunda-feira, pelas 10:00 horas, em Conferência de Imprensa a realizar à porta da escola (Polo A, na Avenida Bissaya Barreto, em Coimbra), docentes deste estabelecimento darão exemplos concretos desta injustiça e dirão da sua determinação para a luta que irão iniciar. Estaraõ presentes dirigentes do SPRC e da FENPROF que explicarão o objetivo da greve e como o mesmo será colocado junto do atual ministro para o setor, em 18 de junho, depois de já lhe ter sido apresentado em reuniões anteriores. A não resolução urgente deste problema poderá levar docentes de outras instituições a desencadear lutas semelhantes.
Fonte: SPRC