Na sexta-feira, em Lisboa, enquanto num hotel os accionistas do Grupo Navigator decidiam premiar-se com 150 milhões de euros de dividendos, na rua fizeram-se ouvir os protestos dos trabalhadores, exigindo abertura do normal processo de negociação dos cadernos reivindicativos.

Os resultados líquidos dos últimos dois anos, que superaram 660 milhões de euros, foram os melhores de sempre do grupo, mas os aumentos salariais foram os mais baixos de sempre: 0,9 por cento, em 2022, com um mínimo de 15 euros; aumento zero, em 2023, sem negociação e com a ilusão de aumentos reais.

Esta denúncia da grande injustiça na distribuição da riqueza criada consta na Resolução aprovada durante a concentração, frente ao Hotel Ritz, e marcou também muitas das intervenções de trabalhadores e dirigentes das estruturas representativas (Fiequimetal, SITE SulSITE Centro-Norte e Comissões de Trabalhadores).

Também o secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, condenou o contraste entre as remunerações milionárias dos accionistas e dos administradores e, por outro lado, os salários dos trabalhadores, apertados com o aumento do custo de vida, especialmente as rendas de casa e as prestações dos empréstimos da habitação.

Apesar de a administração, com uma estratégia engenhosa, ter criado a ilusão de que houve aumentos salariais reais, a verdade é que não está reposto o poder de compra perdido nos anos anteriores. Como se refere na Resolução, apresentar promoções e progressões como um substituto de aumentos salariais justos, não passa de uma manobra de diversão e uma falta de respeito para com quem deu um contributo decisivo para os bons resultados do Grupo Navigator.

Exigidos da Navigator aumentos