A relação laborai degrada-se diariamente, acusam os trabalhadores

DESPEDIMENTO COLECTIVO Em fevereiro, aconteceu um Despedimento Coletivo a atingir algumas dezenas de trabalhadores a laborarem em Guimarães e que poderia ser evitado se houvesse vontade por parte da Gestão em ouvir sugestões de alternativas apontadas pelas Organizações Representativas dos Trabalhadores a fim de preservar postos de trabalho. Naquele despedimento, a Armatis procurou acelerar o processo com supostos «acordos amigáveis», isto é, colocar o trabalhador a aceitar o seu próprio despedimento sem mais um cêntimo a acrescentar na compensação determinada pela legislação, melhor exemplificando, compensação somente a obrigatória e quanto a direitos, aqueles que constassem no dito Acordo «cozinhado» e deste modo tudo seria mais fácil para a empresa, porque se libertava de cumprir todos os requisitos num processo de despedimento colectivo. Passados dois meses, a Armatis para o mesmo local onde se registou o Despedimento Colectivo inicia um novo recrutamento alegadamente para prestarem serviço para um novo cliente, naturalmente num contexto de vínculos contratuais mais «apertados» em termos de condições de trabalho comparativamente com os trabalhadores despedidos, cuja sua maioria já tinha vínculo efectivo.

ALTERAÇÃO AO CONTRATO DE TRABALHO Trabalhadores acusam de estarem a ser pressionados para assinarem alterações ao contrato de trabalho, sendo-lhes recusado o direito de acesso a cópia para antecipadamente conhecerem o teor das alterações e possíveis consequências, ou seja, uma imposição e para quem não assinar a pretensa alteração, leva com ameaça de alternativa de serviços e/ou horários em condições impossíveis de aceitação, método ágil de «promover» despedimento por iniciativa do trabalhador.

ESCALA DE HORÁRIOS Elaboração de escala de horários, para além da ausência de sua afixação nos termos da lei, os trabalhadores queixam-se de serem sistematicamente surpreendidos com alterações instantâneas em detrimento da organização da sua vida pessoal e familiar.

MAPA DE FÉRIAS Quanto ao gozo de férias o qual os trabalhadores vencem em cada ano civil a partir de 1 de janeiro, a denúncia é que a gestão emite mapas em branco ou incompletos que, naturalmente, perante este incumprimento, quase ninguém tem condições para atempadamente planear com a família o direito ao merecido gozo de descanso. Ainda no capítulo das férias, nalguns serviços, abusivamente a Armatis impõe aos trabalhadores a utilização de férias em cada dia feriado que ocorra.

TEMPO A MAIS DE TRABALHO NÃO É PAGO Como bem sabe a empresa, é sempre muito difícil os trabalhadores terem condições para se desligarem do serviço exatamente na hora do final do seu período normal de trabalho, para que tal fosse possível, deveriam com pelo menos quinze minutos de antecedência prepararem-se para o efeito, aliás, conforme a empresa lhes exige antes de iniciarem o dia de trabalho. Assim não acontece, os trabalhadores praticamente todos os dias mantêm-se uns 15 ou mais minutos para além do seu período normal de trabalho que, no final de cada mês, somam umas horas, tempo este que não é contabilizado pela empresa em prejuízo dos trabalhadores.

ATUALIZAÇAO SALARIAL ESTAGNADA Os trabalhadores não estão esquecidos da forma como a empresa em outubro de 2021 anunciou alterar a designada «estrutura retributiva», introduzindo no vencimento base parte de algumas remunerações de natureza variável, isto é, prémio de língua despareceu, prémio de absentismo corte de 60%, a empresa não acrescentou um cêntimo na remuneração, os trabalhadores continuaram a receber o mesmo rendimento global e a inflação todos anos foi comendo o salário sem que este tivesse sido melhorado em conformidade.

A Armatis prometeu em novembro de 2023 apresentar um Novo Plano de Carreiras, mas, até ao momento nada de concreto.

O SACO ESTÁ A FICAR CHEIO E OS TRABALHADORES NÃO AGUENTAM São alguns exemplos de situações que estão a gerar descontentamento nos trabalhadores, e face a este ambiente instável na relação laborai que vai sendo denunciado às Organizações Representativas dos Trabalhadores, particularmente ao SINTTAV, entendemos que havendo vontade e boa fé por parte da Gestão em cooperação com os representantes dos trabalhadores, é possível encontrar entendimentos que visem a curto prazo ir ao encontro de soluções que reponham a estabilidade social e laborai na empresa, caso contrário, o caminho será determinado em sede própria. O SINTTAV é um sindicato para trabalhar consensos e soluções que visem melhorar as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores e nunca para «alimentar» conflitos desnecessários onde todos ficam a perder, mas, para tal é necessário e importante que as empresas reconheçam como fundamental o diálogo social com as Organizações que representam os trabalhadores, caso contrário, o SINTTAV assume o compromisso, como sempre, de se colocar incondicionalmente ao lado dos trabalhadores em defesa dos seus direitos e reivindicações.

OS TRABALHADORES PODEM SEMPRE CONTAR COM O SINTTAV

 Fonte: Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual - SINTTAV

Instabilidade laboral agrava se na Armatis Portugal