O protelamento do processo negocial que permita antever a real disponibilidade do Governo para valorizar os enfermeiros, tal como foi seu compromisso, na campanha eleitoral e posteriormente no seu programa, não deixou alternativa que não seja a concretização desta greve.
Os problemas estão identificados e existem propostas de solução.
Cada dia que passa a pressão sobre os enfermeiros, independentemente do local onde exercem funções, aumenta.
A carência estrutural agravada pelo aumento de pedidos de exoneração de funções, cria dificuldades quase inultrapassáveis que garantam algum equilíbrio na organização das escalas, equilíbrio entre enfermeiros mais e menos experientes, fator que tem potenciado o aumento das situações de assédio e de violência contra os profissionais.
Não há “Plano de Motivação” que combata a ausência de condições de trabalho com segurança e, em alguns casos, minimize a sensação de hostilidade que é relatada por muitos enfermeiros.
A manter-se este padrão dificilmente a escolha dos jovens que em junho terminam a sua Licenciatura em Enfermagem, recairá trabalhar no Serviço Nacional de Saúde.
O Ministério da Saúde/Governo sabe as dificuldades que existem na contratação e na retenção de enfermeiros. Protelar medidas que minimizem o problema é continuar a senda da degradação do serviço público de saúde.
Face à elevada adesão à greve, exige-se que as administrações das ULS já tenham, tal como a lei determina, contactado os doentes/utentes que teriam intervenções programadas, fossem elas, cirurgias, consultas ou exames complementares de diagnóstico.
Fonte: SEP