depositphotos 133980720 stock photo bags with frozen vegetables inOs Trabalhadores da Monliz esperam, desesperam, não aguentam e vão-se demitindo!

A Monliz é uma empresa de produtos alimentares do grupo Ardo dedicada à congelação de frutos e produtos hortícolas.

Após a greve dos trabalhadores realizada em agosto de 2022 a administração da empresa fechou-se ao diálogo com a estrutura sindical do STIAC rejeitando a negociação do caderno reivindicativo de 2023, prejudicando e limitando desta forma os trabalhadores e as suas reivindicações.

Lembramos que a empresa, na maioria dos trabalhadores, pratica salários muito baixos, pratica regimes de laboração continua não cumprindo os horários de trabalho definidos no contrato coletivo de trabalho para o setor do frio

Também a contratação coletiva é uma exigência dos trabalhadores visto que a Convenção Coletiva para o setor do frio não tem qualquer revisão desde 2003. A administração empurra as reivindicações para a convenção sabendo desde o início que a negociação é feita a “conta-gotas” com o interesse da empresa e da associação patronal ALIF para ir entretendo os sindicatos da CGTP-IN

Recentemente retirou um subsídio de 15 euros mensais aos trabalhadores da manutenção apresentando logo de seguida uma adenda ao contrato de trabalho denominado “acordo de disponibilidade” que não cumpre o código do trabalho;

- Altera as categorias profissionais passando a denominação de eletricistas e outras profissões a técnicos de manutenção logo obrigando estes trabalhadores a desempenhar vários trabalhos inerentes;

- O trabalhador tem de estar disponível sempre que for contactado sendo que os horários são definidos pelas chefias semanalmente e não acordados por escrito;

- A disponibilidade destes trabalhadores é obrigatoriamente de 14 dias por mês;

- O valor para deslocação em viatura própria é de 0.20 cêntimos por km percorrido quando a empresa já pratica valores bem acima (0.36 cêntimos) em outras circunstâncias;

- O acordo é celebrado por 6 meses, renovado automaticamente e com a particularidade de apenas a entidade empregadora poder cancelar o mesmo;

- O trabalhador é obrigado a estar sempre contactável e a dirigir-se para a empresa no prazo de uma hora após o contacto, sendo fornecido um telemóvel para o efeito;

É lamentável e um atentado à vida pessoal, social e familiar destes trabalhadores que ao assinar e concordarem com este acordo se vêm privados do seu descanso pois durante 14 dias/mês estarão 24h ao serviço da empresa!

Os trabalhadores não podem ficar parados nem calados e estão a ser preparadas formas de luta!

É lamentável que empresas internacionais geridas por administrações portuguesas continuem desta forma a escravizar os seus trabalhadores e aceitar aquilo em que querem transformar a sociedade. Não podemos aceitar produzir com meios do século XXI, pagar salários do século XX e remeter os direitos dos trabalhadores para o século XIX.

Fonte STIAC