Na quarta-feira, dia 12, de novo em greve, os trabalhadores das lojas e centros de contacto da EDP, contratados através de empresas «prestadoras de serviços», vão fazer ouvir as suas reivindicações junto da sede do grupo, onde estará reunida a assembleia de accionistas.
Nos plenários realizados ontem, ficou expresso que a indignação e disponibilidade para lutar aumentam cada vez mais, com o desrespeito da EDP e das empresas que têm os contratos. O mesmo deverá suceder no Centro de Contacto da EDP em Seia, com plenários a decorrer hoje.
Pode-se assim esperar que a paralisação venha a ter elevadíssima adesão nos centros de contacto e nas lojas, muitas das quais poderão mesmo encerrar.
A par da preparação da greve, os sindicatos estão a organizar a deslocação para junto da sede da EDP, na Avenida 24 de Julho, de modo a fazer ouvir as justas reivindicações de salários e direitos iguais.
O ponto de encontro será na saída da Estação do Metro, no Cais do Sodré, pelas 10h30. A concentração deverá decorrer a partir das 11 horas.
Reivindicações justas
Estes trabalhadores exercem funções nas lojas da EDP Comercial, da SU e da E-Redes, e nos centros de contacto (call centers) de empresas do Grupo EDP. Organizados nos sindicatos da Fiequimetal, estão em luta por objectivos que foram reiterados no pré-aviso de greve:
— Contra a precariedade e por emprego com direitos;
— Pelo aumento geral dos salários e direitos, equiparando-os aos praticados pelas empresas que recorrem à externalização de operações essenciais para a sua actividade;
— Contra a pressão sobre os postos de trabalho (vendas por objectivos, tempos de atendimento, etc.);
— Pela qualidade de serviço e condições de trabalho.
Pedir responsabilidades
Durante a jornada de luta realizada a 10 de Março, a EDP comprometeu-se a agendar uma reunião, para discutir a melhoria das condições de vida e de trabalho dos mais de três mil trabalhadores que estão nesta situação.
Uma reunião com o Gabinete das Relações Laborais da EDP teve lugar no dia 27, mas a resposta dada aos representantes dos trabalhadores redundou em quase nada, como os sindicatos e a federação referem num comunicado.
Os representantes da administração da EDP apenas disseram que esta vai estar «atenta» e que «a responsabilidade social nunca está colocada em causa».
Ora, a administração da EDP é a maior responsável por permitir que se perpetuem os baixos salários, os direitos nivelados pelo mínimo, o clima de pressão constante e até as más condições de alguns locais de trabalho.
Naquela reunião, dia 27, foi dito aos representantes da administração que, se fosse preciso, os sindicatos e os trabalhadores iriam lá chamá-los, para virem cá fora falar e assumir o que dizem e o que não fazem. Se nada for feito, tudo continuará igual ou pior — até porque estão em curso novos contratos.