De acordo com dados disponibilizados pelo INE, o número de hóspedes dos estabelecimento de alojamento em Portugal, em 2018, era de mais de 25 milhões, representando uma variação de 66% em relação aos números do ano de 2013. Nestes 5 anos os alojamentos albergaram mais de 120 milhões de hóspedes.
A região do Algarve acompanhou esta subida sendo que em 2018 perto de 5 milhões de hóspedes o que representa uma incremento de 50% em relação aos números de 2013. Em 5 anos o total de hóspedes que escolheram a região Algarvia atingiu os 25 milhões.
Do conjunto aglomerado de todos estes indicadores francamente positivos, resulta necessariamente um aumento muito significativo dos proveitos totais das unidades hoteleiras, a nível nacional. Verificou-se, entre os anos de 2013 e 2018, um incremento de cerca de 93%, o que em número absolutos representa perto de 2000 milhões de euros. Em apenas 5 anos o sector do alojamento acumulou proveitos na ordem dos 18 mil milhões de euros.
Na região do Algarve a subida foi igualmente estonteante sendo que entre 2013 e 2018 existiu um aumento dos proveitos totais na ordem dos 87%, que em números absolutos representa uma subida superior a 500 milhões de euros. Em 5 anos as unidades hoteleiras situadas nos concelhos algarvios acumularam mais de 5000 milhões de proveitos totais.
Para mais, esta tendência de crescimento constante e exponencial mantém-se, sendo que os dados mais recentes divulgados pelo INE e relativos ao período entre o Janeiro e o mês de Outubro de 2019, apontam para um crescimento dos proveitos totais na região, na ordem dos 7,0% em relação ao período homólogo, tendência que é superior à média nacional. A mesma tendência se verifica no número de dormidas (+ 2,2%), no rendimento médio por quarto disponível (+ 0,8%) e no rendimento médio por quarto ocupado (+ 3,5%), que em Outubro atingiu os 72,00€.
Porém, o crescimento do sector não se tem repercutido, na mesma medida, na melhoria dos salários e condições de trabalho e de vida dos trabalhadores. O sector do turismo, embora seja um dos que mais riqueza está a criar, continua a ser um sector onde predominam os salários baixos, o trabalho precário com péssimas condições de trabalho e horários desregulados. Além disso, a maior parte das empresas não está a pagar o trabalho prestado em dia feriado com um acréscimo de 200% conforme estão obrigadas pela contratação colectiva e não pagam horas extras.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve reafirma o seu empenho em continuar a esclarecer e mobilizar os trabalhadores para a luta por uma melhor e mais justa distribuição da riqueza, que estes criam todos os dias nas empresas com muito esforço em detrimento da sua saúde e vida pessoal e familiar.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve exige medidas por parte do Governo que alterem esta realidade cada vez mais injusta, nomeadamente, entre outras: a revogação da caducidade das convenções colectivas de trabalho; o aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional para os 850€, a curto prazo; o efectivo combate ao trabalho precário; a reposição do valor das indemnizações; a reposição da carteira profissional no sector do alojamento e restauração, o reforço dos meios da ACT e uma reorientação da sua acção para um trabalho mais fiscalizador e punitivo para quem não cumpre.
Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve