As associações patronais da panificação decidiram aumentar o preço do pão em 20 por cento, em 2018, mas não aumentam os salários dos trabalhadores desde 2011. Por força da inflação registada, os trabalhadores já perderem 7,6 por cento do seu salário, denuncia hoje, num Comunicado de imprensa, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal.
Além disso, as associações patronais da panificação do Norte, Centro e Sul uniram-se e apresentaram uma única proposta de contrato coletivo de trabalho (CCT) a nível nacional aos sindicatos, dizendo que não era sua intenção retirar direitos aos trabalhadores, mas, com o decorrer das negociações, ficou logo muito claro que a única intenção do patronato era retirar direitos aos trabalhadores, tentando nivelar por baixo os três contratos coletivos.
As associações patronais pretendem acabar com o feriado municipal, reduzir os dias de férias, acabar com a tabela salarial do domingo, piorar o trabalho noturno, acabar com outros direitos também importantes, criar bancos de horas e manter uma tabela salarial com salários muito baixa que não repõe o poder de compra perdido ao longo dos anos em que não deram aumentos salariais.
Como os sindicatos recusaram a retirada de direitos, o patronato voltou a bloquear a negociação coletiva e as três associações patronais dizem que só voltam às negociações se os sindicatos aceitarem as suas propostas chantagistas e inaceitáveis.
Também não é verdade que hajam tantas padarias a encerrar e abrem mais que aquelas que encerram.
O patronato está a fazer chantagem sobre o Governo para este não aumentar o salário mínimo para 600 euros.
Hoje praticamente todos os trabalhadores da panificação recebem o salário mínimo nacional devido à recusa em negociar.
Contudo, os trabalhadores da panificação sempre receberam acima do SMN.
A FESAHT vai convocar o patronato para a conciliação no Ministério do Trabalho.
FONTE: Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal