O SINTAB tem vindo nos últimos meses a acompanhar a situação laboral dos trabalhadores da empresa Marinhave localizada em Sto. Estevão- distrito Santarém.
Detectámos diversas ilegalidades que mais não representam que a exploração e violação mais grosseira dos direitos dos trabalhadores, com situações que se assemelham às que se viviam no inicio da época industrial no Séc. XVIII e XIX. Através da nossa acção procurámos encontrar soluções pacificas e de consenso, que servissem ambas as partes, para que a empresa aplicasse a Lei e o Contrato Colectivo de Trabalho.
Mas não houve qualquer boa vontade por parte do patronato retrogrado que administra a empresa e que aproveitando-se da fragilidade de trabalhadores, na sua maioria, oriundos de países de leste e asiáticos ou de trabalhadores nacionais que têm, de sobreviver com vencimentos iguais ao salario mínimo nacional, decidiu que a todo o custo os trabalhadores continuarão a fazer trabalho suplementar não retribuído, oferecendo lucros fáceis a patrões sem escrúpulos.
O Patronato da Marinhave numa atitude, típica do 24 de abril e, como forma de destruir a organização e a unidade dos trabalhadores, para que estes abdiquem da defesa dos seus direitos, está a chamar os trabalhadores sindicalizados no SINTAB, um a um, fechando-os isolados numa sala, a fim de assinarem um aditamento ao contrato de trabalho, que permita à empresa, junto das autoridades competentes, demonstrar que os trabalhadores aceitaram trabalhar a mais, com desregulamentação total dos horários de trabalho e sem receberem mais nada por isso.
ISTO É COAÇÃO! ISTO É ASSEDIO MORAL!
OS TRABALHADORES NÃO SÃO ESCRAVOS!
A ESCRAVATURA É CRIME!
Enquanto os trabalhadores não assinam o documento são alvo de várias ameaças, “não te pago salários durante 45 dias”, “não irás gozar férias a não ser quando eu quiser”, “se não trabalhas tu, como eu quero há mais quem queira”.
Após o trabalhador ceder e assinar o aditamento, “temos a cereja no topo do bolo”, num registo claramente digno de qualquer dirigente do Estado Novo e do regime corporativista. “Agora tens aqui, uma ficha de inscrição do sindicato da UGT e se não a assinares continuas sem sair daqui.”
Com a sindicalização no Sindicato da UGT, os trabalhadores são privados de vários direitos, já que a Convenção Colectiva assinada por esta Confederação obriga o trabalho em regime de adaptabilidade e de banco de horas sem qualquer contrapartida para os trabalhadores.
Já comunicamos esta situação à ACT de Santarém que já se disponibilizou para ir à empresa verificar mais esta ilegalidade.
Fonte:SINTAB