A organização sindical para a acção transformadora

Graciete Cruz
Membro do Conselho Nacional

A organização sindical para a acção transformadora

Camaradas e amigos,

Estimados convidados,

A orientação e os compromissos de acção fixados pelo XIII Congresso da CGTP-IN para o mandato e os objectivos que traçámos no âmbito da preparação e realização deste congresso constituíram desafios da maior exigência para o MSU, para os nossos quadros e activistas, a todos os níveis da estrutura.

Aqui chegados, podemos afirmar, com justificado orgulho, que, no que de nós dependeu e depende, cumprimos, com grande êxito, os objectivos estabelecidos.

No plano da organização sindical, tal como descreve a proposta de Relatório de Actividades, ultrapassámos, largamente, todas as metas fixadas, atingindo, pelo menos, 114.683 novas sindicalizações, 12.745 novos mandatos de delegados sindicais e 1.597 novos mandatos de representantes para a SST. E diz-se pelo menos, porque alguns sindicatos não disponibilizaram, ainda, os totais apurados até à data.

É obra, camaradas!

E fizémo-lo, num quadro de ampla renovação e rejuvenescimento da nossa estrutura, registando-se actos eleitorais em 126 sindicatos, em 22 uniões distritais e regionais, em 2 uniões locais e nas 10 federações do MSU. Estabelecemos 2 novos Protocolos de Cooperação com sindicatos não filiados; filiou-se mais 1 sindicato na CGTP-IN e 1 outro pediu a sua filiação. No plano da reestruturação sindical, 6 sindicatos concretizaram processos de fusão e/ou integração, criando melhores condições para a intervenção sindical; foram constituídas 6 novas casas sindicais com serviços comuns e abertos novos processos neste domínio.

Avanços que produziram resultados também no crescimento da quotização, que, estimamos, se situe, no mandato, em mais 6,68 pontos percentuais.

Sim, é obra, camaradas e amigos!

Resultados só possíveis no quadro da acção sindical que desenvolvemos de forma integrada e da intensificação da dinâmica reivindicativa e da luta, para assegurar as respostas necessárias perante os problemas dos trabalhadores e do País. Só possíveis, porque estivemos e estamos lá, nos locais de trabalho - nível de intervenção prioritário e determinante dos sindicatos (como sublinham a proposta de Programa de Acção e a proposta de Resolução intitulada “Acção integrada – mais iniciativa, mais luta, melhores resultados”. Agindo, intervindo, chamando à participação e ao contributo, à reivindicação e à luta organizada.

Estivemos e estamos lá, num quadro em que o patronato viola direitos individuais e colectivos dos trabalhadores e procura impedir a entrada dos nossos sindicatos nas empresas e locais de trabalho, obstaculizar o livre exercício de acção e organização sindical, e em que outros, em nome de novas, afinal velhas, agendas ditas sindicais, forjam a criação de movimentos ditos inorgânicos e de sindicatos proveta de pendor corporativista e com práticas assentes no radicalismo aventureirista e inconsequente, contrárias aos reais interesses dos trabalhadores. Dizendo-se “independentes” e em contraponto aos que apelidam de “tradicionais”, são, afinal, tal como a prática comprova, expressões imanentes e percursoras dos objectivos de sempre do grande capital, de divisão dos trabalhadores, de desagregação e descaracterização do movimento sindical de classe e do seu projecto de transformação social, consubstanciado na CGTP-IN.

Não desistiram de tentar “partir a espinha à Intersindical”. Mas desenganem-se!

Contamos, como sempre, com os milhares de mulheres e homens – dirigentes, delegados e activistas sindicais, jovens e menos jovens que, no MSU, activa e militantemente e com visão e prática de classe, se entregam à causa dos trabalhadores – que é a sua – dando corpo à orientação, objectivos e prioridades da CGTP-IN, na resposta aos problemas emergentes dos locais de trabalho, em defesa das reivindicações e interesses dos trabalhadores, dos avanços e conquistas alcançados e combatendo retrocessos e a política de direita, nas suas várias expressões.

No ano em que celebramos o cinquentenário da CGTP-IN e aqui deste grandioso Congresso, afirmamos, sem hesitação, que aquela que é a legítima herdeira e continuadora da longa caminhada do movimento operário e sindical contra a exploração, por melhores condições de vida, pela liberdade e a democracia, por um Portugal, desenvolvido, soberano, de progresso e justiça social; aquela que é a verdadeira Central Sindical dos Trabalhadores Portugueses e o movimento sindical que ela congrega, continuarão a reforçar-se e a crescer, no interesse de todos os trabalhadores e do País.

Fomentando e cimentando a unidade dos trabalhadores, construída a partir dos locais de trabalho e da identificação de problemas e interesses comuns, independentemente das opções políticas, religiosas ou outras de cada trabalhador ou do seu vínculo laboral, e com a sua mais ampla participação na vida dos sindicatos, e nas diversas fases dos processos reivindicativos e de luta.

Fomentando e cimentando a aproximação, a convergência e a unidade na acção com os sindicatos não filiados que se identificam com os nossos princípios e prática de acção, opção estratégica para o êxito da luta dos trabalhadores.

E a propósito, permitam-me, camaradas e amigos, que daqui saúde as várias associações sindicais que, pela primeira vez, se fizeram representar num Congresso da CGTP-IN, um importante passo para o aprofundamento de relações de cooperação, necessárias e de interesse mútuo.

Sim! Termos confiança no futuro!

Mantendo e reforçando a ligação profunda aos trabalhadores, intervindo, organizando, reivindicando e conduzindo a luta no quadro da acção sindical integrada, dinamizando a participação e a unidade dos trabalhadores, combatendo o divisionismo e todas as tentativas de ingerência e condicionamento da autonomia e independência do movimento sindical, assegurando a solidariedade de classe e a coesão orgânica, respeitando os princípios e a matriz identitária da CGTP-IN e do MSU, os sindicatos continuarão a reforçar-se, a alargar a sua influência e a criar condições para a intensificação e alargamento da luta transformadora.

Esse é o espírito que nos anima nas lutas de empresa e sector, no público e no privado; é por aí que iremos, porque somos CGTP-IN!

É com essa confiança que lançamos um novo desafio a toda a nossa estrutura, propondo ao Congresso que altere as metas inscritas na proposta de Resolução, fixando-as agora em 120.000 novas sindicalizações, 13.000 novos mandatos de delegados sindicais e 1.750 novos mandatos de representantes para a segurança e saúde no trabalho.

Prosseguindo as práticas de acção que nos caracterizam e os princípios que nos enformam, fiéis à nossa natureza de classe, assumindo as prioridades, adoptando as medidas de direcção e aprofundando os métodos e estilos de trabalho apontados na proposta de Programa de Acção e na proposta de Resolução sobre acção integrada, dando continuidade à luta pela efectivação da liberdade sindical nos locais de trabalho e pela concretização das reivindicações dos trabalhadores, não temos dúvidas de que o desafio que lançamos a toda a estrutura será enfrentado com êxito.

VIVA O XIV CONGRESSO E A CGTP-INTERSINDICAL NACIONAL!VIVA OS TRABALHADORES PORTUGUESES E DE TODO O MUNDO!A LUTA CONTINUA!

Seixal, 14 de Fevereiro de 2020

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