PortugalA CGTP-IN considera totalmente inaceitáveis quaisquer sanções a Portugal. O país não pode nem deve ser sancionado pelas políticas aplicadas pela CE, BCE e FMI. Esta é uma realidade que se situa no campo da irracionalidade, face ao impacto profundamente negativo que já teve e pode vir a ter na vida de milhões de portugueses.

A mesma U.E. que carimbou a "saída limpa" do país do memorando apresenta agora um conjunto de dados falaciosos para justificar aquilo que não tem justificação. Uma UE com uma postura prepotente, arrogante e totalitária para os países do sul e agachada, submissa e subserviente perante os interesses da Alemanha. Uma UE que dando aval às dezenas de "testes de stress" que foram apresentados como garantias de solidez da banca, agora omite as responsabilidades que teve, nomeadamente, na imposição do tipo de resolução encontrado para o BANIF.

É neste lamaçal, com a U.E. cada vez mais descredibilizada, mas não menos perigosa, que decorre este procedimento com a tentativa de condicionar o OE para 2017 e de subjugar a vontade democrática e soberana do povo português, que nas eleições de Outubro expressou de forma inequívoca a sua opção por uma política alternativa.

Qualquer que venha a ser o desfecho deste processo, ainda que não tenha impacto orçamental e se configure como uma "sanção zero", fica claro que a ingerência e a chantagem vai continuar e a U.E. tudo vai fazer para inviabilizar qualquer alternativa que demonstre a falácia das "inevitabilidades" com que justificaram o aumento do desemprego, da emigração, da pobreza e das desigualdades, bem como das medidas que degradaram serviços públicos e negaram o acesso ao direito à educação, saúde e protecção social a uma parte crescente da população portuguesa.

Ao contrário do que afirma o Ministro das Finanças alemão, não se incentiva um país sancionando-o, mas libertando-o da política colonizadora, que asfixia a economia, ataca direitos fundamentais e põe em causa a sua soberania.

Para a CGTP-IN a postura das instituições europeias confirma a necessidade urgente de romper com as regras do Tratado Orçamental, de promover a renegociação da dívida e de trilhar caminhos que permitam o desenvolvimento soberano e democrático de Portugal.

Este é o tempo de dizer BASTA à chantagem e pirataria e defender os interesses nacionais.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 12-07-2016