São urgentes medidas para aumentar os salários e pensões, travar a especulação, a degradação das condições de vida e a exploração

Os lucros apresentados pelas grandes empresas e grupos económicos sediados ou com actividade em Portugal, são a demonstração da gigantesca operação que o grande capital tem montada para apropriação da riqueza nacional, realidade que a CGTP-IN tem vindo a denunciar.

Na banca, grande distribuição, electricidade, combustíveis e outras formas de energia, na indústria ou nos serviços, os lucros líquidos das grandes empresas ultrapassaram largamente, nos primeiros seis meses do ano, os dois mil milhões de euros (2.000.000.000€).

Depois de um ano de 2021, em que 19 grandes empresas e grupos económicos acumularam mais de 14 milhões de euros por dia, os primeiros seis meses de 2022 são marcados por aumentos gigantescos dos lucros, ao mesmo tempo que para os trabalhadores e as suas famílias, para os reformados e pensionistas, o que aumenta de forma gritante são as dificuldades com a perda de poder de compra, são as preocupações com a falta de resposta pública a necessidades e serviços essenciais, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde.

Os níveis de especulação e exploração que estão na base dos lucros apresentados pelo capital e das dificuldades sentidas pelos trabalhadores e o povo, não são uma inevitabilidade, não são “naturais” nem muito menos uma fatalidade. Resultam da opção política do governo PS, com ou sem imposições da União Europeia, e que conta com o papel activo do PSD, CDS, IL e CHEGA, para garantir e incrementar o processo de transferência da riqueza criada pelos trabalhadores para o capital.

A situação actual exige medidas imediatas. O saque desencadeado pelo capital é de tal ordem, que diferentes instituições internacionais o vêm denunciando. São urgentes acções que ponham travão à perda de poder de compra e à degradação das condições de trabalho e de vida.

Neste sentido, a CGTP-IN considera que, sem prejuízo de medidas de fundo, é urgente:

– O aumento dos salários de todos os trabalhadores em 90€;

– Aumentos extraordinários, mesmo dos salários que foram actualizados, mas cuja revisão já foi absorvida pela inflação;

– O aumento extraordinário do Salário Mínimo Nacional, fixando-o nos 800€, com efeitos imediatos;

– O aumento extraordinário de todas as pensões e reformas que reponha o poder de compra e assegure a sua valorização;

– O aumento das prestações de apoio social;

– A fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviço essenciais;

– A aplicação de um imposto que incida sobre os lucros colossais das grandes empresas.

A CGTP-IN apela à mobilização, unidade e organização dos trabalhadores nos seus sindicatos de classe, na reivindicação pelos salários e direitos, prosseguindo e intensificando a luta, condição indispensável para a defesa dos seus direitos e melhoria das suas condições de vida.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 08.08.2022