Os dados do Inquérito ao Emprego relativos ao 1º trimestrOs dados do Inquérito ao Emprego relativos ao primeiro trimestre de 2008 apontam para uma taxa de desemprego de 7,6%. Num quadro em que continua a verificar-se uma elevada rotatividade entre a precariedade e o desemprego, penalizando, designadamente, os jovens trabalhadores, estes dados confirmam a necessidade de se alterar rapidamente o modelo de desenvolvimento assente na explorção de emprego precário, com baixos salários e, em muitos casos, pouco qualificado.

Comunicado à Imprensa n.º 027/08

 

 

Descida do desemprego à custa da criação de mais emprego precário

 

 

Os dados do Inquérito ao Emprego relativos ao 1º trimestre de 2008 apontam para uma taxa de desemprego de 7,6%.

 

Estes resultados são pouco significativos, uma vez que o desemprego se mantém num nível muito elevado, afectando, segundo o INE, 427 mil pessoas. E não estão aqui contabilizados os desempregados desencorajados ou aqueles que, estando disponíveis para trabalhar, não procuram emprego por considerarem que não vão encontrar.

 

Entretanto, a diminuição do emprego, nomeadamente no sector da Indústria, recoloca a necessidade da implementação de políticas que dinamizem e impulsionem o sector produtivo, enquanto área estruturante para o desenvolvimento do país.

 

Por outro lado, o forte abrandamento da economia portuguesa no 1º trimestre, que obrigou o Governo a rever em baixa as suas perspectivas de crescimento para 2008 (de 2,2% para 1,5%), não garante a sustentabilidade da desejável e indispensável descida do desemprego nos próximos tempos.

 

Esta descida do desemprego está associada à criação de mais emprego precário e mal pago. Os trabalhadores com contratos não permanentes são já mais de 900 mil (na sua maioria jovens), correspondendo a 23% dos assalariados. Isto sem contar com os falsos trabalhadores independentes, que serão seguramente umas dezenas de milhar. Quanto aos trabalhadores com contrato sem termo, o seu número diminuiu 23 mil face ao mesmo trimestre do ano anterior.  

 

Num quadro em que continua a verificar-se uma elevada rotatividade entre a precariedade e o desemprego, penalizando, designadamente, os jovens trabalhadores, estes dados não só não são susceptíveis de tranquilizar os portugueses, como confirmam a necessidade de se alterar rapidamente o modelo de desenvolvimento assente na exploração de emprego precário, com baixos salários e, em muitos casos, pouco qualificado.

 

Neste sentido, a CGTP-IN reafirma a urgência da mudança de políticas que assegurem uma outra política económica, que promova o emprego de qualidade e combata o desemprego e a precariedade.

 

 

 

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 16.05.2008