"Estamos aqui porque o momento que vivemos é de profunda e violenta ofensiva do Governo do PS, com o apoio e conivência do PSD e CDS, que agravam os direitos da juventude e da população em geral. O capital tenta preservar-se à custa dos trabalhadores e da juventude, mantendo intocáveis os interesses dos grandes grupos económicos, ao contrário do que o pensamento dominante tenta fazer passar que a crise é para todos."
Intervenção na Manifestação Nacional de 29 de Maio
Joana Dias -Direcção Nacional da Interjovem

 

 

 

Contra o desemprego!
Emprego com direitos!
Melhores salários!

 

Intervençãona Manifestação Nacional
de 29 de Maio

Joana Dias
Direcção Nacional da Interjovem

Estamos aqui porque o momento que vivemos é de profunda e violenta ofensiva do Governo do PS, com o apoio e conivência do PSD e CDS, que agravam os direitos da juventude e da população em geral.

O capital tenta preservar-se à custa dos trabalhadores e da juventude, mantendo intocáveis os interesses dos grandes grupos económicos, ao contrário do que o pensamento dominante tenta fazer passar que a crise é para todos.

As chamadas medidas de austeridade não visam afectar todos de forma igual, afectam de forma violenta os trabalhadores e deixam o capital de fora para manter os lucros ou aumentá-los. Temos como exemplo os 5,1 milhões de euros de lucro por dia que os quatro maiores bancos privados portugueses tiveram neste 1º trimestre de 2010.

Num contexto de agravamento do desemprego e da existência de uma franja significativa de desempregados que não são abrangidos por quaisquer prestação de desemprego (mais de 350 mil desempregados em Março) o Governo aprovou normas restritivas sobre o subsídio de desemprego que, na prática, reduzem o seu valor – ao ser criado um novo limite máximo (75% do salário líquido) – e visam obrigar os desempregados a aceitar trabalho precário e a qualquer preço.

A redução do prazo de garantia para a atribuição do subsídio de desemprego (365 dias), repondo os 450 dias, medida esta inaceitável, face as situações gritantes de precariedade vividas e sendo a precariedade antecâmara do desemprego, significa que milhares de jovens vão ficar sem qualquer apoio social.

Retira ainda o montante adicional do abono de família que era pago em Setembro e que os jovens casais aproveitavam para comprar os materiais escolares dos seus filhos.
Camaradas,

Os jovens trabalhadores são confrontados com um país meramente prestador de serviços, fruto da extinção do aparelho produtivo nacional, resultado esse que contribui para o elevado desemprego registado em Portugal e que afecta mais de 300 mil jovens trabalhadores.

A continuada manutenção deste exército de desempregados é uma necessidade do sistema capitalista, pois serve sempre para aumentar a exploração e reduzir o poder reivindicativo dos trabalhadores.

Sendo parte inerente da ofensiva ideológica, muitas vezes os jovens trabalhadores ouvem dizer “ Mais vale ter um vinculo precário dos que estar no desemprego; tens que trabalhar mais e mais horas sem receber; recebes o salário mínimo e já vais com sorte; direitos? Isso aqui não há”, e muitas outras expressões, que terminam sempre assim, “ se não queres não faz mal, tenho uma lista enorme com desempregados…”

Esta realidade que os jovens trabalhadores vivem, de instabilidade laboral (1 milhão 400 mil trabalhadores com vínculos precários), Baixos salários e de trabalho sem direitos, é lhe dado como forma de sacrifícios que têm que fazer, para o país sair da crise capitalista que os Governos e o Capital criaram.

A esta miserável realidade vivida pelos jovens trabalhadores, o Governo do Partido Socialista com o Partido Social Democrata, apresentam um pacote de medidas de austeridade, que visam roubar ainda mais os míseros salários dos jovens trabalhadores devido ao aumento do IRS com a sua tributação agravada.
A acrescentar a isto, os jovens vêem a sua autonomia de vida mais dificultada por via do aumento do IVA em todos os produtos e em particular nos bens de primeira necessidade.

 

Camaradas,

É contra esta ofensiva e opção politica do actual governo PS, que os jovens trabalhadores têm-se organizado a partir dos seus locais de trabalho e nos seus sindicatos, reforçando a grande CGTP-IN e contribuindo para o fortalecimento da sua estrutura de jovens trabalhadores, a INTERJOVEM, que tem assumido cada vez mais o esclarecimento e mobilização para a luta.

Daqui Saudamos os milhares de jovens portugueses que têm resistido e lutado pelos seus direitos e aspirações.

Saudamos O empenho e o envolvimento de milhares de trabalhadores jovens nas acções de protesto de muitos sectores e empresas, dos trabalhadores da CP, EMEF, REFER e CP CARGA; dos trabalhadores da Administração Publica e Local, dos CTT, da EMEL. Ainda na luta dos jovens enfermeiros, dos trabalhadores dos hipermercados, do Complexo Grunding, em Braga, da Saint Gobain Glass, da Inapal Plásticos, da Portucel Setúbal, do Grupo Bosch, da Vedior, da OGMA, da Aerosoles, da Groundforce, da Iberlin,da TAP, dos Restaurantes e bares do Aeroporto de Lisboa, da carveste, das minas da Panasqueira e da Sómicor, da Vistion Portuguesa S.A.,da Drinking S.A., da área dos serviços, das cantinas e refeitórios, da LISNAVE entre outras.


Camaradas

Por último mas em primeiro lugar, exige-se por parte do povo, e em particular da juventude, um aumento do combate, da resistência e da luta contra à política de direita.

Estamos aqui porque não estão condenados a alternar entre o desemprego, o trabalho precário e os baixos salários!

Apelamos a todos os trabalhadores que subscrevam a petição lançada pela INTERJOVEM/CGTP-IN, com o lema ESTABILIDADE DO EMPREGO! TRABALHO COM DIREITOS! Que conta já com milhares de assinaturas defendendo, para um POSTO DE TRABALHO PERMANENTE, UM Vinculo de trabalho efectivo
Camaradas,

Estamos certos que a luta é o caminho e por isso apelamos a todos os jovens trabalhadores que reforcem a sua luta a partir do seu local de trabalho.

A luta mais importante faz-se diariamente e no local de trabalho a partir dos problemas concretos. Cada contrato efectivo que conquistamos, cada aumento de salário que conseguido, é mais uma vitória contra a precariedade e na defesa do emprego com direitos.

A todos os trabalhadores e à juventude em particular, levem daqui desta grande manifestação a força, a alegria, a combatividade, para o combate que temos que travar contra esta politica direita e pela construção das nossas justas e oportunas reivindicações.

Estamos aqui e afirmamos, confiem na juventude portuguesa, na sua capacidade de luta e resistência, que saberá dar a reposta necessária a esta ofensiva. Seremos cada vez mais a engrossar as fileiras da luta.

E à juventude portuguesa dizemos: confiem em nós, na grandiosa CGTP – INTERSINDICAL NACIONAL, estaremos sempre ao vosso lado na luta pelos vossos direitos e legitimas aspirações, a todos os trabalhadores e em particular às novas gerações reafirmamos a importante necessidade de se sindicalizarem no sindicato do seu sector.

O presente e o futuro exigem-nos o alargamento e a ampliação da luta e os trabalhadores e trabalhadoras jovens cá estarão, também, para faze-la.

 

VIVA A LUTA DOS JOVENS TRABALHADORES!

VIVA A INTERJOVEM!

VIVA A CGTP-INTERSINDICAL NACIONAL!