O resultado do referendo no Reino Unido representa uma profunda derrota para os interesses do grande capital britânico, bem como para todos os seus aliados da União Europeia, EUA, FMI e NATO, que tudo fizeram para condicionar a expressão da livre vontade do povo britânico, ingerindo-se descaradamente na campanha.

reuniunidoIndependentemente das motivações próprias relacionadas com a política interna no Reino Unido, este resultado confirma também a rejeição das politicas federalistas e neoliberais impostas aos trabalhadores e aos povos da União Europeia, políticas consubstanciadas em Tratados como o Tratado de Lisboa, o Tratado Orçamental, bem como a União Económica e Monetária, a Governação Económica o Semestre Europeu e o seu cortejo de medidas ditas de austeridade, de ataque aos direitos laborais e sociais, que têm conduzido ao aumento da exploração e ao empobrecimento dos trabalhadores e dos povos.

Com a derrota no referendo e a já anunciada demissão do 1º Ministro do governo conservador, a União Europeia deve respeitar escrupulosamente a vontade soberana expressa nas urnas pelo povo britânico.

Este é também o momento para que a UE reflicta sobre as razões porque na maioria dos países aumenta a contestação popular e a necessidade de ruptura com a sua politica anti-laboral e anti-social

A CGTP-IN expressa a sua solidariedade aos trabalhadores, ao movimento sindical e às forças progressistas que no Reino Unido têm lutado e continuam a lutar para colocar em primeiro lugar os interesses dos trabalhadores e do povo.

A CGTP-IN reafirma ainda o seu empenho em continuar a luta com todos os que, nomeadamente no Reino Unido, se batem contra o racismo e xenofobia e em defesa e afirmação dos direitos dos imigrantes, particularmente das centenas de milhar de portugueses que ali vivem e trabalham.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 24-06-2016