NEGOCIAÇÕES DO ACT ALTICE -2024

NO SINTTAV IMPERA A DEMOCRACIA SINDICAL

ASSOCIADOS VALIDAM MAIORITARIAMENTE O RESULTADO DAS NEGOCIAÇÕES

A ASSINATURA VAI TER LUGAR DIA 21 PELAS 11H00

 

Processo negocial. Como é do conhecimento geral, a Frente Sindical onde o SINTTAV está inserido, após a Adm. ter recusado o aumento complementar em sede de Conciliação no dia 23 de Outubro, na reunião desse dia na DGERT, entregou a proposta de revisão do ACT.

As negociações iniciaram-se no dia 24 de Novembro com a entrega da contra-proposta da empresa, que, como se divulgou na altura, foi uma pobreza, imprópria de quem tem um poder económico muito grande.

O resultado podia ser outro? Claro que podia, mas o processo negocial sofreu de várias vicissitudes, a começar pela ganância ilimitada do accionista, à qual se juntou a sua dívida astronómica.

Mesmo assim e com as situações vergonhosas que ocorreram na empresa em 2023, com buscas, demissões de administradores e outros factores conhecidos, o resultado das negociações podia ser outro bem diferente para melhor, porque as Telecomunicações em qualquer parte do mundo são uma tremenda fonte de riqueza e os preços sobem quando e para os valores que os donos querem.

A juntar a estas dificuldades, como sempre, se não fosse a firmeza e determinação dos Sindicatos da Frente Sindical, o resultado ainda tinha sido pior, porque já na recta final, alguns dos sindicatos que não estão na Frente Sindical, baixaram a proposta de aumentos salariais para 35€ e conseguiu-se o mínimo de 40€, alguns já tinham aceitado 400 movimentos e conseguimos 450, a preocupação de um determinado número ser para os trabalhadores que há mais de 10 anos estão estagnados foi do SINTTAV.

Responsabilidade acrescida. O SINTTAV tem uma responsabilidade acrescida que lhe advém da maior representatividade sindical na empresa, pelo que em todos os processos, com firmeza e determinação “puxa até ao limite”, marcando sempre a diferença.

As lutas e seus efeitos. Todos os que andamos nesta vida sindical, sabemos que em todo o mundo, aquilo que os trabalhadores usufruem conseguido pelos sindicatos, em regra não cai de bandeja, é fruto das lutas.

As lutas e fundamentalmente as Greves, são em primeiro lugar uma manifestação de protesto político ao que se juntam naturalmente os efeitos das suas consequências nos serviços e claro que estes podem ser muito diferentes em função dos sectores de actividade.

Se for uma greve nos comboios, estes param durante todo o tempo da greve, mas nas Telecomunicações, face ao desenvolvimento das novas tecnologias, os efeitos são cada vez menos sentidos.

Assim, para o futuro, importa analisar atempadamente que tipos de luta podemos realizar nas Telecomunicações, com as quais se consigam os objectivos que lhe estão subjacentes. Fica o desafio para cada um ir pensando e decidirmos em conjunto.

 

Avaliação dos resultados pelo SINTT!V. A prática do SINTTAV em termos de negociações, foi, é, e será sempre a de negociar o melhor que sabe e pode, mas após a última proposta das empresas, o nosso sindicato não dá qualquer acordo de princípio nas costas dos trabalhadores, porque quem decide, quem valida ou não o resultado das negociações são os seus destinatários- os trabalhadores.

Assim, neste processo negocial da Altice, o SINTTAV realizou Plenários do Minho ao Algarve e da Madeira aos Açores, que no seu conjunto totalizaram 46 e auscultou os trabalhadores de 7 locais mais pequenos, tendo sido o único sindicato a ouvir os trabalhadores (só quem tem unhas é que toca viola).

O resultado foi que, os trabalhadores de 4 locais votaram maioritariamente pela não assinatura e os de 42 locais votaram maioritariamente pela assinatura, posição igual tiveram os trabalhadores dos 7 locais pequenos, validando assim o que consideraram ser “o mal menor”.

 

A DEMOCRACIA SINDICAL FUNCIONOU E ASSIM O SINTTAV VAI ASSINAR O ACORDO

Assinatura. O acto da assinatura está marcado para as 11h00 do próximo dia 21 de Fevereiro, no qual o SINTTAV transmitirá à Gestão da Altice o seu sentimento em relação aos resultados do Acordo.

O que se segue? Depois da assinatura do ACT, temos importantes tarefas pela frente, das quais se destacam:

• Discutir as alterações a implementar no modelo de carreiras, que o tempo desactualizou.

• Discutir a tabela de remunerações mínimas, para se corrigirem as distorções que a mesma tem, porque há categorias em que a maior concentração de trabalhadores está nos últimos dois níveis, o que se traduz numa “pirâmide invertida”.

• Discutir o modelo de avaliação do desempenho e evolução profissional, tornando este num modelo o mais justo e transparente possível, coisa que não existe hoje e as consequências são, segundo os dados da empresa, existirem 3.447 trabalhadores que há mais de 10 anos não são movimentados.

• Discutir as regras para o desempenho do teletrabalho, clarificando diversos aspectos.

• Discutir a violência por terceiros, no desempenho das funções dos trabalhadores, tendo em conta o conteúdo da Convenção 190ª da OIT.

• Discutir a desconexão, por forma a que os trabalhadores, após terminarem o trabalho não sejam incomodados.

• Discutir os impactos da Inteligência Artificial. Os quatro últimos temas resultaram de propostas do SINTTAV, que conhece bem as matérias.

Temos muito trabalho pela frente, que o SINTTAV irá como sempre, enfrentar com firmeza e determinação, para defender os trabalhadores, bem como os seus direitos e regalias.

Mas os direitos e regalias dos trabalhadores não caem do céu para uma bandeja, nem surgem de nenhuma benesse do patronato, são conquistados com muito trabalho e firmeza sindical.

Mas para que o resultado do trabalho sindical possa ser melhor e com mais êxitos, é preciso que os trabalhadores reforcem o SINTTAV, sindicalizando-se.

Fonte: SINTTAV