GNR recusa se a levantar auto sobre impedimento de acesso ao trabalho na Varandas de SousaQuatro trabalhadoras foram hoje impedidas de cumprir o seu horário nas instalações da Varandas de Sousa, em Paredes.

De forma a fazer prova, contactaram a GNR que lhes respondeu que, não sendo um crime público, nada tinham a fazer nessa situação, sugerindo às Trabalhadoras que contactassem a ACT.

Esta é uma posição obscena e completamente enviesada, da parte de um organismo público das forças de segurança do país, que devia zelar pelo cumprimento da legalidade e, desta forma, se demite de o fazer.

Em todas as situações semelhantes, o SINTAB indica aos Trabalhadores que, apresentando-se para trabalhar e sendo impedidos de o fazer, estando em causa o acesso ao trabalho, direito fundamental dos cidadãos garantido pela Constituição da República Portuguesa, devem contactar as autoridades para que, no local, façam o levantamento do auto de ocorrência que servirá, depois, como prova na denúncia à ACT e nos tribunais.

A recusa de o fazer, por parte da GNR de Paredes, constitui uma aberração e a completa demissão dos princípios fundadores da força de segurança. Como tal, tanto as trabalhadoras como o SINTAB procederão à denúncia deste ignóbil comportamento.

Sobre o impedimento de acesso ao trabalho a quatro trabalhadoras da Varandas de Sousa, em Madalena, Paredes, esta é uma situação que se arrasta desde o início do mês de outubro quando a empresa decidiu, arbitrariamente, alterar os horários de trabalho a 7 trabalhadoras, obrigando-as, às quintas e sextas feiras, a fazer um horário diferente dos restantes dias, pegando e largando mais tarde, o que provoca, junto das Trabalhadoras envolvidas, uma alteração de quotidiano que lhes provoca dano sério na capacidade de conciliação da atividade profissional com a vida familiar.

O SINTAB contactou a empresa, alertando para as inúmeras irregularidades que esta alteração acarretava, desde logo a falta de cumprimento com as obrigações legais de informação e consulta, quer às Trabalhadoras, quer aos seus representantes, bem como a grosseira ilegalidade de alteração do turno de trabalho a meio da semana, sem separação e interrupção por dia de descanso obrigatório.

A empresa não foi sensível às indicações do Sindicato, mantendo-se irredutível na decisão, afirmando apenas que esta seria uma situação provisória por falta de produto para colheita, havendo necessidade de “desviar” estas trabalhadoras para o serviço de laminagem que, alegadamente, teria de se adaptar às características do processo de expedição.

Acontece que esta situação nunca se confirmou, tendo as trabalhadoras sido mantidas, invariavelmente, no serviço de colheita de cogumelos, fazendo o mesmo trabalho de sempre, com o agravo de alteração do horário, por simples capricho da empresa, às quintas e sextas feiras.

Pior ainda, das sete trabalhadoras inicialmente envolvidas restam apenas cinco, sindicalizadas, tendo as não sindicalizadas visto serem atendidos os pedidos de reposição do horário anterior.

Isto fez com que estas cinco Trabalhadoras tenham decidido, hoje, cumprir com o horário que sempre fizeram, desde a abertura da unidade Empresa em Paredes.

Infelizmente, apesar dos esforços do SINTAB em procurar resolver esta situação de forma célere, quer por ofícios enviados à empresa, quer por pedidos de intervenção inspetiva enviados à ACT de Penafiel, as Trabalhadoras vêem-se obrigadas a penar debaixo da injustiça de decisões arbitrárias da empresa, por culpa da inércia das autoridades que as deviam defender, de que é exemplo a atitude agora denunciada da GNR de Paredes.

A empresa “Varandas de Sousa S.A” é a “sobrevivente” do grupo SOUSACAMP, líder de mercado na produção e comercialização de cogumelos frescos, que após insolvência e perdão de dívidas de dinheiro público, por via do BES, foi adquirida pelo Grupo de investimentos CORE CAPITAL em parceria com a SUGAL.

Fonte: SINTAB