gestampOs trabalhadores da fábrica de Vendas Novas (Évora) da Gestamp, que produz componentes para o setor automóvel, exigiram ontem (06.09.2017) da empresa o pagamento do subsídio de turnos, aumentos salariais e a integração de quem tem vínculos precários.

As três reclamações foram aprovadas pelos trabalhadores, num plenário, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (Site Sul), que decorreu na empresa, pertencente ao grupo espanhol Gestamp.

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, que participou no plenário, disse à agência Lusa que o caderno reivindicativo vai, agora, ser entregue à administração da empresa, sendo uma das exigências "mais imediata", enquanto as outras duas dizem respeito ao início de negociações.

"Os trabalhadores dão espaço de manobra à administração para, atempadamente, resolver estas reivindicações em dois momentos", sublinhou Arménio Carlos. Em relação à "reposição do pagamento do subsídio de turnos", que "deixou de ser pago há uns anos, a pretexto da recessão económica e de dificuldades da empresa", argumentou, os trabalhadores pretendem que a administração responda, "até final deste mês". "Neste momento, a empresa tem todas as condições do ponto de vista financeiro para poder corresponder a esta reivindicação", afirmou Arménio Carlos.

Quanto à reivindicação salarial, a proposta que vai ser apresentada à administração é de "600 euros de vencimento, no mínimo, para todos os trabalhadores que, entretanto, entrem na empresa e, por outro lado, um aumento de 35 euros para os trabalhadores, em 2018".

"Esta empresa trabalha para a Autoeuropa e presta um serviço de reconhecida qualidade, mas continua a ter salários relativamente baixos. Portanto, os trabalhadores reclamam uma mais justa distribuição da riqueza", alegou.

E a terceira área que "mereceu grande consenso no plenário" e que o sindicato pretende que seja alvo de "um processo de negociação" com a empresa passa pela integração dos trabalhadores com vínculos precários.

"A Gestamp tem uma percentagem muito elevada de vínculos precários, que atinge quase metade dos cerca de 250 trabalhadores", sendo exigido que a administração os integre, frisou.

Segundo o secretário-geral da CGTP-IN, relativamente a estes dois temas, o objetivo é que, "a partir de meados de outubro, se possa dar início à negociação" com a administração, para que, "no final do ano, estes problemas possam estar resolvidos".

A Gestamp é um grupo internacional dedicado ao design, desenvolvimento e fabrico de componentes metálicos e conjuntos para o automóvel, estando presente em 22 países, com 95 centros produtivos e 13 centros de investigação e desenvolvimento (I&D), num total de mais de 25 mil colaboradores.

Fonte: DN Online