Em entrevista ao jornal Público o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, diz que os salários e as carreiras devem ser descongelados em 2017, sublinhando que as reivindicações dos trabalhadores não são "como as obras de Santa Engrácia".
As condições em que isso será feito dependem das negociações e a aplicação dos resultados é para ser em 2017, desejavelmente em Janeiro". Na entrevista, Arménio Carlos recorda que a troika "saiu em 2014" e que o fim da austeridade faz-se com medidas concretas – "Não nos podem dizer que em relação às carreiras e aos salários não há alternativa".
Questionado sobre o conjunto de direitos retirados aos trabalhadores durante o programa da troika, Arménio Carlos frisa que é fundamental também a "revogação" da norma de caducidade da contratação colectiva e acrescenta que à mesa das negociações as associações patronais e as organizações sindicais não estão "plano de igualdade" porque, acusa, os patrões têm um instrumento de pressão que lhes permite "chantagear, colocando um conjunto de propostas" para fazer ceder os sindicatos. "Retire-se a caducidade, coloque-se os sindicatos e as associações patronais em plano de igualdade na mesa das negociações e as coisas vão evoluir".
Sobre o Orçamento do Estado, em discussão na Assembleia da República, Arménio Carlos diz que a CGTP-IN valoriza todas as medidas que visam repor e melhorar os direitos mas que se "deve ir muito mais longe". "Não é admissível que os salários e as carreiras profissionais dos trabalhadores da administração pública continuem congelados. Considerando que a manutenção desta medida é uma amputação do direito de negociação".