Com os benefícios do aumento da produtividade – 17% desde 1999 – a penderem ostensivamente para o lado das empresas, porque os salários subiram apenas 3%, o Governo veio ainda apresentar um conjunto de medidas para financiar as entidades patronais através do Orçamento do Estado.
Já no que respeita à actualização dos salários para o próximo ano, os valores do Governo estão na ordem dos 2,7%, significativamente inferior, até, à média de 3,2% que os trabalhadores conquistaram este ano.
Com a proposta do Governo, os salários dos portugueses afastam-se ainda mais da média europeia.
Na Administração Pública, a discussão da actualização salarial não pode basear-se nos valores da inflação deste ano ou do próximo, mas no facto de, durante 10 anos, não ter havido qualquer aumento salarial para os seus mais de 600 mil trabalhadores, defendeu o Secretário Geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, ontem à noite, no Jornal da RTP2.