Contrariando afirmações da Ministra do Trabalho, que dava como certo que o desemprego já tinha atingido o limite máximo, os dados da Eurostat, relativos a Março, demonstram que, infelizmente, continua a aumentar o número de homens, mulheres e jovens trabalhadores que perdem o emprego. Neste contexto, mais do que usar a solidariedade nos discursos de ocasião, é preciso assumi-la no terreno, retirando as propostas que atacam os trabalhadores e os desempregados, reforçando a protecção social, investindo no desenvolvimento do sector produtivo, criando mais e melhor emprego, porque esta e a melhor forma de dar maior sustentabilidade financeira à Segurança Social para cumprir com as suas funções.

 

 

Comunicado de Imprensa n.º 21/10

É HORA DE APOIAR E NÃO DE ATACAR OS DESEMPREGADOS

Contrariando afirmações da Ministra do Trabalho, que dava como certo que o desemprego já tinha atingido o limite máximo, os dados da Eurostat, relativos a Março, demonstram que, infelizmente, continua a aumentar o número de homens, mulheres e jovens trabalhadores que perdem o emprego.

Portugal, mais uma vez, está na linha da frente da Zona Euro, não pelos melhores, mas pelos piores motivos. Somos o 4.º país com maior índice de desemprego (10,5%) e continuamos acima da média, quer da UE/27, quer da Zona Euro.

Para além dos impactos da instabilidade financeira internacional, o desemprego em Portugal está associado a problemas estruturais que se arrastam ao longo dos anos. O definhamento do sector produtivo e a insistência na matriz de crescimento assente no trabalho precário, desqualificado e mal remunerado, acabam por ser os grandes responsáveis pelo aumento do desemprego e pelo atraso do país.

A manutenção desta política é errada no contexto económico e desastrosa no plano social.

Os dados divulgados pelo Eurostat e os problemas económicos e sociais com que o país se confronta, exigem que o Governo abandone as propostas que revêem os critérios do emprego conveniente e da atribuição do subsídio de desemprego.

Estas são propostas que, a concretizarem-se, traduzir-se-iam, no imediato, na redução dos salários dos empregos oferecidos, na generalização da precariedade e na diminuição do valor dos subsídios de desemprego.

No ano em que a UE anunciou como objectivo o combate à pobreza e à exclusão social, a persistência nesta política levaria a que muitos trabalhadores vissem reduzidos os seus rendimentos do trabalho e se aproximassem do limiar da pobreza (420€).

É hora de pôr as pessoas à frente dos interesses daqueles que depois de terem criado a crise, estão a aproveitar a situação para aumentar os lucros, através da especulação e da chantagem para mais sacrifícios sobre quem trabalha.

Neste contexto, mais do que usar a solidariedade nos discursos de ocasião, é preciso assumi-la no terreno, retirando as propostas que atacam os trabalhadores e os desempregados, reforçando a protecção social, investindo no desenvolvimento do sector produtivo, criando mais e melhor emprego, porque esta e a melhor forma de dar maior sustentabilidade financeira à Segurança Social para cumprir com as suas funções.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 30.04.2010