Intervenção Interjovem/CGTP-IN
Camaradas:
Estamos em Luta e não desarmamos! Este País também é dos jovens trabalhadores que exigem trabalho estável e digno, onde os direitos sejam respeitados, aos que lutam para combater a exploração, não aceitando a condenação ao desemprego, à Precariedade e à aos salários que empobrecem quem trabalha.
Depois de uma Greve Geral onde participamos em força, rejeitando as alterações à legislação laboral que nos retiram direitos e aumentam o desemprego, voltamos à rua, não só porque estamos descontentes e não podemos aceitar a situação em que nos encontramos mas porque temos soluções e exigências que têm de ser ouvidas.
Voltaremos à rua e voltaremos aos nossos locais de trabalho para lutar e para mostrar que é possível combater o desânimo, que é possível resistir, sindicalizar mais companheiros de trabalho, trazer à luta mais amigos que se encontrem em situação de desemprego, denunciar as injustiças , ilegalidades e situações de repressão que enfrentamos nas nossas empresas.
É possível resistir e, por isso realizamos esta manifestação num país onde mais de 60% dos jovens se vêem obrigados a permanecer em casa dos pais, muitas vezes trabalhando todos os dias e não podendo fazer frente às despesas mais básicas. As despesas com as rendas de casa, a água e a luz aumentaram, no último ano, de uma forma impossível para os salários que a grande maioria dos jovens recebe. Mais de 35% dos jovens do nosso país não tem acesso ao emprego, e muitos não recebem qualquer subsídio de desemprego. São mais de 400 mil aqueles que recebem o salário mínimo Nacional que, depois dos descontos para a Segurança Social, representa um valor abaixo do limiar da pobreza em Portugal.
Há milhares de jovens no nosso país, muitos deles, hoje aqui presentes, com disponibilidade, capacidade e criatividade suficiente para construir um Futuro melhor.
Não estamos condenados a não desenvolver a nossa vida, concretizar aquilo a que temos direito, contribuir para o desenvolvimento do nosso país, ter uma família e o acesso à experiência do mundo do Trabalho, à formação e à Cultura e à autonomia financeira para ter casa própria. Não estamos condenados porque derrotaremos as medidas contidas no pacto de agressão, trazendo à luta mais jovens, organizando-nos e combatendo-as dentro das nossas empresas e na rua!
Resistimos e demonstramos que não estamos conformados, que há soluções e, por isso, exigimos, com a nossa Luta, o fim da destruição da Produção Nacional e do encerramento dos Serviços Públicos, o aumento real dos salários para que seja possível a melhoria das condições de vida e para que seja possível o aumento do poder de compra e o fim da falência das pequenas empresas.
Rejeitamos o aumento dos horários e a imposição do banco de horas e os horários desregulados, que acabam com a nossa saúde e com o tempo a que temos direito para a nossa vida fora do trabalho.
Exigimos o direito ao descanso compensatório, não aceitamos trabalhar de graça mais horas, com menos dias de férias, nem que nos retirem o direito ao pagamento extraordinário aos feriados.
Exigimos o respeito pelos direitos da contratação colectiva e pelos acordos de empresas que, conseguidos com o esforço e a luta dos trabalhadores.
Fizemos greve, no dia 22 de Março, perdendo um dia de salário que nos faz falta e pesa no final do mês, engrossando as fileiras de uma luta pelo aumento dos salários, nomeadamente do Salário mínimo nacional, em euro por dia, conforme a proposta da CGTP-IN.
É a nossa luta continuada, organizada e consequente que fará a mudança que exigimos aqui mais uma vez. E a luta continua, já no próximo dia 25 de Abril, nas inúmeras comemorações populares que se realizarão por todo o país, onde estaremos presentes, afirmando a actualidade dos valores de Abril, e construindo a grande jornada de luta nacional que se realizará no 1º de Maio. Todos ao 1º de Maio!
A Luta continua!
Viva à Luta de todos os trabalhadores!
Viva a Interjovem/CGTP-IN!