Intervenção da Interjovem/CGTP-IN:
Lema do 28 de Março: Estamos em Luta! Não desarmamos! Queremos trabalhar com direitos!
Hoje é um grande dia de Luta no nosso país, um dia em que trazemos para a rua a denúncia do que se passa todos os dias, não só nas nossas empresas e locais de trabalho, mas também ao nível dos ataques aos direitos fundamentais - o aumento do custo de vida, o alastramento do desemprego, a destruição dos Serviços públicos, do acesso à Habitação, à Saúde, à Educação Pública, ao Desporto, à Cultura e ao Associativismo.
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Intervenção da Interjovem/CGTP-IN:

Lema do 28 de Março: Estamos em Luta! Não desarmamos! Queremos trabalhar com direitos!

Camaradas

Hoje é um grande dia de Luta no nosso país, um dia em que trazemos para a rua a denúncia do que se passa todos os dias, não só nas nossas empresas e locais de trabalho, mas também ao nível dos ataques aos direitos fundamentais - o aumento do custo de vida, o alastramento do desemprego, a destruição dos Serviços públicos, do acesso à Habitação, à Saúde, à Educação Pública, ao Desporto, à Cultura e ao Associativismo.

Saudamos, em nome da Interjovem/CGTP-IN, os milhares de jovens trabalhadores, de todos os sectores, participantes e construtores desta grande jornada de Luta. Nós contribuímos, no presente, para afirmar que é possível resistir à ofensiva contra os nossos direitos, que não estamos conformados nem nos deixaremos vencer.

“Estamos em Luta” e não desarmamos porque, por mais que nos tentem vender que é inevitável e que temos de viver pior, sabemos que foi “Em luta”, nas ruas e nas empresas, que as anteriores gerações de trabalhadores conquistaram os seus direitos, melhorando profundamente a sua qualidade de vida, construindo os nossos direitos democráticos, contribuindo, com a sua acção fundamental para que tivéssemos acesso à Saúde, à Educação, à Cultura e a uma vida digna que nos estão agora a querer retirar.

Nunca iremos aceitar que aquilo que foi construído e que continua a ser construído todos os dias com a Luta de gerações de trabalhadores seja visto como uma regalia e que possa ser retirado por políticas de direita realizadas por um governo que, desde o início, tem actuado de forma antidemocrática, com profundo desrespeito pela Constituição do nosso país, sem nenhuma preocupação com as necessidades das populações, assinando um pacto de agressão claramente ao serviço dos patrões e submisso ao interesse do capital estrangeiro, que pretende arrasar com a soberania do nosso país.

Temos soluções e propostas concretas, dizemos que temos o direito e o dever de resistir ao que nos está a ser imposto, dizemos que queremos trabalho com direitos, que não aceitamos o desemprego como uma inevitabilidade, um país onde mais de 30% dos jovens até aos 25 anos não trabalhem nem possam estudar.
É inadmissível que mais de 60% dos jovens trabalhadores não tenham autonomia para sair de casa dos pais porque o seu salário é tão baixo que não conseguem pagar as despesas da água, da luz e da renda de casa.
Não podemos aceitar que muitos casais jovens vivam no limiar da pobreza e os seu salário não lhes permita pagar os transportes ou a creche dos filhos, num retrocesso social nunca visto.
 Não aceitamos que aumentem a possibilidade de contratar a prazo por mais 18 meses e tornem mais baratas as indemnizações por despedimento, aumentando a precariedade, antecâmara do desemprego.

Dizemos que temos o direito e o dever de denunciar e de lutar contra a instabilidade e a desregulamentação dos horários de trabalho que está a impedir, de uma forma muito grave, que os jovens desenvolvam a sua vida, estejam com os seus amigos, possam ter família e consigam concretizar as suas aspirações.
Afirmamos a nossa determinação em continuar a sindicalizar e a reforçar o movimento sindical de classe, afirmamos a nossa determinação em intensificar uma luta para a qual é preciso coragem e determinação, coragem e determinação como a que tiveram, e tem, todos aqueles que resistem, lutam e combatem a precariedade laboral. Como são exemplo os mais de 100 trabalhadores da BOSCH, em Braga, que ao logo destes últimos anos denunciaram os seus contratos ilegais e passaram a efectivos na empresa, tal como as trabalhadoras do JUMBO de Almada, os mais de 500 trabalhadores do call center da Tempo Team em Odivelas, as centenas de trabalhadores da CP-Carga e da EMEF, os mais de 70 trabalhadores da indústria mineira que no passado mês de Janeiro converteram os seus contratos em vínculos efectivos, os enfermeiros jovens do Hospital de St. Maria, em Lisboa que conseguiram a abertura de concursos para os contratados passando aos quadros do Hospital, e com tantos outros que não aparecem na comunicação social mas cujo trabalho é fundamental para fazer crescer uma luta que levará à mudança de rumo necessária e urgente derrotando as medidas que hoje aqui denunciamos.

Vemos que é pela acção nos locais de trabalho e pelo envolvimento de todos os trabalhadores, independentemente da sua idade ou do seu vínculo, na realização dos cadernos reivindicativos que conseguimos em muitas empresas aumentos de salários, melhorias nas condições de segurança e higiene no trabalho e derrotamos a tentativa de imposição do aumento das duas horas e meia de trabalho semanal.

 

Camaradas,
Estamos hoje aqui a dar um sinal claro de que não queremos estas medidas, de que não queremos esta política, de que vamos lutar para construir uma vida melhor com o direito de vivermos e trabalharmos dentro do nosso país, desenvolvendo-o de acordo com os nossos interesse e necessidades.

 Hoje, aqui hoje reunidos, demonstramos a nossa rejeição pelas medidas que nos fazem ganhar muito pouco trabalhando mais, e mais horas, sem direito ao trabalho estável, saltando entre o desemprego, a Precariedade, os estágios não remunerados, o trabalho clandestino ou o recurso forçado à emigração.

Esta jornada de Luta não foi mais uma, é a jornada que marca uma nova fase na luta da juventude trabalhadora, uma luta travada nas empresas e locais de trabalho como a que estamos a fazer e que no dia 28 de Março, dia nacional da juventude terá um ponto alto com a realização de acções e plenários nas empresas em torno das questões que afectam os jovens trabalhadores.

Este terreiro hoje transformado em terreno de luta da juventude marca uma nova etapa no combate à politica que nos destrói a vida. Ela abre caminho para intensa afirmação da ruptura necessária e cada vez mais urgente.

Saímos daqui com forças redobradas para o combate nas empresas e locais de trabalho, e hoje assumimos o compromisso de voltar às ruas tantas vezes quantas as necessárias, tal como vamos fazer no dia 31 de Março, em mais uma grande manifestação da juventude trabalhadora, uma jornada para a qual estão convocados todos os jovens trabalhadores do sector público e privado, com vínculos efectivos e precários, desempregados e todos quantos se queiram juntar a esta exigência – Não desarmamos! Queremos trabalho, exigimos direitos.

Vamos continuar “Em Luta”, como dizem as nossas faixas, com mais determinação, com mais força e confiança, depois de uma acção como esta que transformou o Terreiro do Paço no “Terreiro do Povo”, e que trouxe aquela que é hoje a realidade do nosso país, a de milhares de trabalhadores, dirigentes e delegados sindicais, muitos deles jovens que desenvolvem uma ampla acção de esclarecimento e acção reivindicativa dentro das empresas, com muitas vitórias a assinalar.

Viva a Luta dos trabalhadores!

Viva a CGTP-IN!

Viva a Interjovem!