Na passada sexta-feira, mais um bebé nasceu numa ambulância a caminho do hospital… que ficava a 92 quilómetros de distância! São quase meia centena de casos desde o início do ano que se somam a outros tantos no ano passado. Basta!

Primeiro fecharam maternidades. 
Depois encerraram urgências de Ginecologia/Obstetrícia, blocos de partos e pediatria.
A seguir veio a pré-triagem telefónica obrigatória das grávidas que trouxe novos constrangimentos e bloqueios.
Sucederam-se os partos em ambulâncias e à beira da estrada, dos quais resultaram, nalguns casos, a morte de recém-nascidos. E o previsível colapso das urgências no mês de Agosto poderá pôr em risco mais vidas e direitos das grávidas e das suas crianças.
Entretanto o Governo promete para o futuro aquilo que recusa fazer no presente!

Esta política de saúde mata!
A hipocrisia da Ministra é insuportável! A responsabilidade do Governo é insustentável!
Tem sido um desinvestimento continuado e acelerado no Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma falta de valorização dos seus profissionais e uma clara desorganização dos serviços que torna caótico aquilo que deveria ser articulado e coordenado no funcionamento do SNS.

É uma gestão política danosa e deliberada do Serviço Nacional de Saúde, que põe em risco grávidas e crianças, gerando situações de insegurança e de verdadeira desumanidade.
Nada disto acontece por acaso ou por azar, pois como dizia Noam Chomsky: “Essa é a técnica padrão da privatização: corte o dinheiro, certifique-se de que as coisas não funcionam, de que as pessoas fiquem zangadas, então entregue ao capital privado”.

A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP-IN junta a sua voz aos profissionais de saúde, associações sindicais e profissionais do sector, comissões de utentes, jornalistas, movimentos de mulheres e população, que se indignam e reclamam uma reversão profunda desta política e que apresentam soluções concretas e articuladas para manter, reforçar e defender o SNS como ele merece e nós precisamos.

É hora de lutar pela defesa do Serviço Nacional de Saúde, valorizar e contratar mais profissionais e garantir melhor organização e coordenação para travar a actual política de degradação, que visa a sua privatização em benefício de uns poucos e prejuízo de quase todos.

CIMH/CGTP-IN
Lisboa.28.07.2025