Face ao surto epidémico que afecta um número crescente de países, a CGTP-IN expressa a firme solidariedade aos trabalhadores e aos povos de todo o mundo. Uma solidariedade com carácter redobrado quando, além de prevenir e combater o vírus e defender a saúde e a vida, os trabalhadores e os povos enfrentam o brutal agravamento da exploração, o ataque aos seus direitos, rendimentos e condições de vida.
Em Portugal, o combate ao surto epidémico é pretexto para governo e patrões torpedearem direitos, liberdades e garantias e imporem a quem trabalha o custo do agravamento da crise económica que este problema de saúde pública potencia, protegendo o grande capital e as grandes fortunas. Um quadro agravado pelas políticas e postura da UE e das suas principais potências, as quais, pela falta de solidariedade, procuram limitar a capacidade de resposta orçamental, condicionando-a ao maior endividamento e a esforços futuros para reentrar nas absurdas limitações do défice e da dívida.
É com preocupação que vemos o alastrar do vírus a países do Terceiro Mundo cujos sistemas de saúde e economias são ainda mais frágeis e a quem, em vez de se aportar a necessária ajuda genuína e cooperação internacional, se procura impor as mesmas políticas neoliberais e os mesmos protagonistas (FMI e Banco Mundial) que limitam ou impedem uma resposta cabal ao problema e agravarão os problemas económicos e sociais existentes. Preocupa-nos também a situação dos refugiados e imigrantes, encurralados em centros de detenção sobre-lotados e acampamentos que serão terreno fértil para o vírus, situação para a qual se exigem medidas urgentes que salvaguardem a sua saúde e vida.
Dirigimo-nos com uma solidariedade reforçada aos povos e aos países vítimas das políticas de embargo, sanções, agressão, bloqueio e cerco que o imperialismo norte-americano procura intensificar neste momento, nomeadamente contra Cuba, Venezuela, Síria e China. Uma postura que, em tempos de surto epidémico, acentua o seu carácter criminoso, contrastando com a solidariedade desenvolvida por estes países, levando genuína ajuda onde esta é solicitada.
Expressamos ainda a mais firme e solidária mensagem ao povo Saarauí que continuam sem conseguir constituir o seu estado livre e independente e que sofre nos territórios ocupados com brutais limitações ao acesso à saúde. Assim como nos acampamentos de refugiados onde, apesar das medidas implementadas pelas Autoridades Saarauís, a população está mais fragilizada.
Assim como não podemos deixar de expressar de forma particular solidariedade com o Povo e os trabalhadores Palestinianos, que, a braços com a luta pelo direito de constituir o seu estado livre e independente, sofrem de forma particular com a política opressora, agressiva e repressiva de Israel, e que se agrava com a crise sanitária que o mundo enfrenta. Situação que não fez recuar, pelo contrário, intensificou a política de ocupação e bloqueio por parte o regime sionista na limitação ao povo palestiniano dos mais básicos direitos, desde logo à saúde e à agua, nomeadamente em Gaza.
A evolução da situação demonstra como o combate ao vírus é indissociável da luta dos trabalhadores e dos povos em defesa dos seus direitos, a qual, ainda que limitada pelas necessárias medidas de protecção da saúde e da vida, terá forçosamente de continuar e aprofundar-se no futuro, incluindo o reforço da solidariedade internacionalista.
INT/CGTP-IN
14.04.2020