emprego

Os dados hoje divulgados pelo INE mostram um aumento do desemprego e uma queda do emprego pelo segundo trimestre consecutivo, o que revela que, ao contrário do que o Governo vem apregoando, a economia continua a não gerar emprego e a crise se mantém.

Segundo o INE no 1º trimestre de 2015 existiam cerca de 713 mil desempregados, sendo 13,7% a taxa de desemprego média e de 34,4% entre os jovens.

Importa recordar, no entanto, que o desemprego real é bastante superior, porquanto ao número estatístico do desemprego se somam os subempregados, os desencorajados e os inactivos indisponíveis, num total de 532 milhares, bem como os mais de 70 mil desempregados ocupados em contratos emprego-inserção ou em estágios, contabilizados estatisticamente como empregados. Assim, a taxa real de desemprego e subocupação é de 24,1%, correspondendo a mais de 1 milhão e 315 mil desempregados e subocupados.

Os dados publicados mostram também um aumento do desemprego de longa duração, que atinge hoje mais de 64,5% dos desempregados, muitos dos quais já esgotaram ou nunca tiveram acesso à protecção no desemprego. De facto, menos de 1/3 dos desempregados tem acesso a prestações de desemprego e o valor das mesmas é cada vez mais baixo (cerca de 466 em 2014).

A precariedade do emprego mantém-se elevada, afectando 21% dos trabalhadores assalariados, em especial os mais jovens e está a aumentar face ao mesmo trimestre do ano passado, quer através de contratos a prazo, de falso trabalho independente ou de outras formas de contratação precárias. O INE contabiliza 773 mil trabalhadores com contrato não permanente, mais 42 mil que há um ano, mas consideramos que esse número não abrange todos os que estão nessa situação.

A CGTP-IN expressa a sua preocupação pelo enorme volume de desempregados, pelo aumento do desemprego e diminuição do emprego, bem como pela precariedade e pela baixa cobertura dos desempregados por prestações do desemprego e exige a adopção de medidas no sentido de que não exista nenhum desempregado sem protecção social.

Desde que o Governo tomou posse e iniciou a sua política de empobrecimento do país, o emprego diminuiu e o desemprego aumentou, sendo o saldo entre o 1º trimestre de 2011 e o 1º trimestre de 2015 de 300 mil postos de trabalho destruídos e mais 400 mil trabalhadores que tiveram que emigrar.

A CGTP-IN tem vindo a chamar a atenção para que a insistência nas políticas de empobrecimento levam necessariamente ao definhamento da economia e ao aumento do desemprego. Assim torna-se necessário urgente por em marcha políticas que promovam o desenvolvimento e o crescimento económico como forma de criar emprego e diminuir o desemprego.

DIF/CGTP-IN

Lisboa, 06.05.2015