jmf_0127.jpgOs dados do Inquérito ao Emprego relativos ao 3º trimestre de 2009 mostram uma intensificação da degradação da situação no mercado de trabalho. A CGTP-IN vê com imensa preocupação a situação actual. No espaço de um ano, a taxa de desemprego passa de 7,7% para 9,8% (sendo de 19,2% para os jovens), abrangendo perto de 550 mil desempregados, dos quais mais de 250 mil estão desempregados há 12 e mais meses.

 

DEGRADAÇÃO DA SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO APROFUNDOU-SE NO 3º TRIMESTRE

 

1. Os dados do Inquérito ao Emprego relativos ao 3º trimestre de 2009 mostram uma intensificação da degradação da situação no mercado de trabalho. A taxa de desemprego quase alcança os 10%, o emprego tem uma quebra muito elevada (3,4%) e aumentou a passagem de desempregados a inactivos. Num ano, a população empregada diminuiu 178,3 mil pessoas e a desempregada aumentou 114 mil. Estes dados contrastam com a melhoria da situação económica nos dois últimos trimestres, em que se registam crescimentos do produto de 0,3% e 0,9%.

2. A CGTP-IN vê com imensa preocupação a situação actual. No espaço de um ano, a taxa de desemprego passa de 7,7% para 9,8% (sendo de 19,2% para os jovens), abrangendo perto de 550 mil desempregados, dos quais mais de 250 mil estão desempregados há 12 e mais meses. Existem ainda 66,5 mil pessoas que estão a trabalhar involuntariamente abaixo da duração normal de trabalho e 33,8 mil indivíduos que deixaram de procurar emprego e são considerados inactivos. Aumentou o ritmo em que os desempregados passaram dessa situação à de inactivo enquanto se reduziu as que transitaram do desemprego para o emprego. O número de assalariados com contratos não permanentes é de perto de 850 mil, o que significa não só precariedade de emprego mas também maior risco de desemprego. A crise de desemprego acentuou-se pois vivamente.

3. Um segundo traço marcante da presente situação é a forte redução da população empregada. No espaço de um ano o emprego diminui de 3,4%, o que ocorre em todas os grandes sectores de actividades, mas penaliza sobretudo as actividades industriais (perda de 7%), o que aponta no sentido de uma maior desindustrialização do país. Hoje mais pessoas estão inactivas não só por razões de idade mas devido a despedimentos e à inexistência de empregos, situação com consequências negativas na produção de riqueza e no financiamento das políticas sociais.

4. A crise do emprego não traduz apenas o impacto da crise internacional, mas evidencia as fragilidades da economia portuguesa que já eram anteriores à crise: o desemprego estava já em crescimento, a precariedade e falta de qualidade dos empregos constituíam já um problema estrutural, o sector produtivo perdia já vitalidade. A CGTP-IN chama a atenção para a coexistência de dois discursos oficiais: um segundo o qual a saída da crise é obra do Governo e outro em que o agravamento da situação no mercado de trabalho é consequência da crise internacional.

Lisboa. 17.11.09