O GRANDE HOTEL DO PORTO NÃO PAGAVA OS FERIADOS, PASSOU A PAGAR 100%, MAS TEM DE PAGAR 200%

A associação patronal APHORT recusa negociar salários dignos, apresentou uma proposta de aumentos miseráveis e quer em troca limpar os direitos do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Assim, o sindicato apresentou um caderno reivindicativo ao Grande Hotel do Porto, a exemplo de dezenas de outras empresas, para exigir aumentos salariais dignos, no mínimo 90€, atualização do valor das diuturnidades para 25€ cada, atualização do subsídio de alimentação nas férias para 125€, atualização do prémio de línguas para 50€, atualização do abono de falhas para 60€, pagamento do trabalho em dia feriado com 200% como manda o CCT, pagamento do trabalho ao fim-de- semana com um acréscimo de 20%, 35 horas semanais com folgas ao fim-de-semana, 25 dias uteis de férias para todos sem penalizações, progressão na carreira profissional de 3 anos em 3 anos e cumprimento integral das normas do CCT.

A empresa recusou a reunião direta com o sindicato, mas informou os trabalhadores que passaria a pagar o trabalho em dia feriado com 100%, pois antes ia para um banco de horas ilegal.

O sindicato não se conformou com a esmola dada nem com a recusa ao diálogo e à negociação por parte do Grande Hotel do Porto e requereu uma reunião de conciliação ao Ministério do Trabalho.

No Ministério do Trabalho, o Grande Hotel do Porto recusou todas as propostas sindicais, remetendo as negociações para a associação patronal APHORT, sabendo, como sabe, que não há negociações em curso com a associação patronal.

O Grande Hotel do Porto, para além de recusar atualizar os salários e demais clausulas pecuniárias, recusou cumprir a lei no que toca ao pagamento do trabalho prestado em dia feriado.

Por exemplo, para um salário base de 750 euros a empresa deveria pagar 69,23€ (750X12:2080X2X8) por cada feriado trabalhado, mas paga apenas 34,61€.

Como cada trabalhador trabalha em média cerca de 10 feriados em cada ano, a empresa deixou de pagar cerca de 346€ em cada ano a cada trabalhador.

O Grande Hotel do Porto queixa-se de falta de pessoal, mas recusa pagar devidamente o trabalho prestado em dia feriado, recusa valorizar o trabalho ao fim de semana, não assegura salários dignos e carreiras profissionais atrativas, por isso não tem razão para se queixar.

O sindicato não concorda e não se conforma com o facto de o Grande Hotel do Porto não estar a cumprir a lei e por isso já comunicou a situação à Autoridade para as Condições de trabalho e vai auscultar os trabalhadores sobre outras formas de luta por melhores salários e condições de trabalho.

Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte