Na negociação das matérias pendentes, para melhorar as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores, a administração da EDP não cumpriu o compromisso de comunicação das suas propostas antes da reunião e mantém a difusão de informação falsa sobre a avaliação de desempenho.

Após semanas em que não apresentou nada daquilo com que se tinha comprometido, a administração levou para a última reunião, a 29 de Junho, propostas alegadamente «acordadas por consenso», mas sobre as quais nunca falou com a comissão negociadora da Fiequimetal. Num comunicado, a federação declarou que não aceita negócios feitos nas costas dos trabalhadores.

Logo na primeira reunião, a 8 de Junho, após exigência da Fiequimetal, a administração ficou de enviar propostas mais concretas para serem discutidas na reunião de dia 29. Perante a insistência posterior, por parte da federação, a administração não se dignou responder e nada enviou.

As matérias colocadas nesta reunião, como contraproposta patronal, são:

A) Disponibilidade
– Valor mínimo equivalente à BR8 para os trabalhadores até à BR7, com obrigatoriedade de permanência nas escalas de serviço durante dois anos, para os trabalhadores já no regime e que sejam abrangidos pela evolução do valor, e durante cinco anos, para todos os trabalhadores que venham a entrar no regime de disponibilidade - ou seja, mais uma discriminação entre trabalhadores.
A administração prevê aplicar estas alterações em Julho, com rectroactivos a Janeiro de 2022.
Os sindicatos da Fiequimetal vão continuar os contactos com os trabalhadores, para aferir a opinião em relação a estas propostas.

B) Sãvida
– Hipótese de consulta médica de clínica geral (médico de família) nos postos Sãvida para os trabalhadores do plano Flex, mediante o pagamento de uma taxa por consulta, cujo valor ainda não está definido.

C) Alteração do valor da comparticipação nas consultas de especialidade, para seis euros, e alargamento da rede de especialistas, com cerca de 300 novos médicos convencionados.

Estas duas últimas matérias, serão, segundo a administração, para acordar durante o mês de Julho.

A Fiequimetal reafirma que o seu objectivo é defender os interesses dos trabalhadores, pelos quais a administração do Grupo EDP pode, e deve, fazer mais.

Avaliação de desempenho

Os representantes sindicais voltaram a referir, na reunião de dia 29, que não aceitam que os trabalhadores sejam penalizados por limitações a um processo de avaliação que a administração tem apresentado como se tivesse sido acordado ou, pelo menos, não contestado pela Fiequimetal.

Esta informação, como já fora esclarecido, é falsa.

A federação e os sindicatos apenas foram informados sobre os dados referentes à avaliação do ano transacto na EDP em Portugal.

Não foi dado qualquer tipo de acordo a um modelo de avaliação que obriga a que, por muito que trabalhem, pelo menos cinco por cento dos trabalhadores tenham nota negativa, e que 55 por cento sejam obrigados a ficar no 1,2 - como se fosse normal uma empresa não querer ter o maior numero possível de trabalhadores excepcionais.

Nenhum trabalhador tem de ver a sua nota desviada para 0 ou 1,2 pela imposição de quotas ou curvas limitadoras, sublinhou a federação, no comunicado que antecedeu a reunião.

FONTE Fiequimetal