Greve nacional dos trabalhadores da industria das conservas dia 19 de janeiroO setor da industria das conservas vive uma boa situação económica. Em 2020 a indústria nacional produziu 72 mil toneladas, mais 11 mil toneladas do que em 2019, tendo gerado 365 milhões de euros, mais 40 milhões do que ano anterior. Houve um aumento de 16% na procura de conservas nacionais, assim como 14% no volume de vendas e 20% em valor. A expectativa da indústria é que a tendência de crescimento da procura continue a crescer acima dos dois dígitos, tanto a nível interno como externo.

Contudo, as empresas deste setor de atividade pagam salários muito baixos.

A Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) recusa negociar a tabela salarial e a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) enquanto os sindicatos não aceitarem a retirada de direitos.

A ANICP quer alterar as regras dos horários de trabalho para poder obrigar os trabalhadores a trabalhar durante o horário noturno.

Os trabalhadores não aceitam a desregulamentação dos horários de trabalho, não querem passar a ser máquinas na mão do patrão, para ligar e desligar quando lhes der jeito e tendo como único objetivo o aumento do lucro.

Os trabalhadores da indústria de conservas de peixe querem continuar a ter direito à vida pessoal e familiar.

CONCENTRAÇÕES DE PROTESTO NAS EMPRESAS E NA ANICCP

Face à posição intransigente da ANICP de recusa em negociar aumentos salariais dignos e a revisão do CCT, a FESAHT decidiu convocar uma greve nacional dia 19 de janeiro de 2022 por aumentos salariais dignos, defesa dos direitos e Negociação do CCT.

Além da greve, a FESAHT decidiu realizar concentrações de protesto dos trabalhadores à porta das empresas, designadamente na Cofisa às 14:00 horas, na Esip às 14:30 horas e junto à sede da ANICP na rua Conde São Salvador 352, em Matosinhos, às 10 horas, onde pelas 11 horas será dada uma Conferência de Imprensa à porta da ANICP para fazer um balanço da greve

Fonte: FESAHT