Os Trabalhadores das Conservas Ramirez, em Matosinhos, transmitiram ontem ao SINTAB a sua preocupação pelo avolumar de casos positivos de COVID-19 na fábrica de Matosinhos. O número de casos confirmados é já superior a 30, numa fábrica que emprega cerca de 200 pessoas, sobretudo mulheres.

Diversos Trabalhadores, associados do SINTAB, asseguram que o início deste surto se verificou há cerca de duas semanas e que, ao invés de terem sido promovidas medidas de contenção, alguns quadros dirigentes optaram ainda por participar nos habituais jantares de confraternização da quadra natalícia, de onde se desconfia ter resultado uma ainda maior potenciação do contágio generalizado.

Se na terça-feira da semana passada estavam identificados 12 casos positivos de contágio, a falta de medidas extraordinárias, e um novo jantar de Natal (já depois de se ter sinalizado o da semana anterior) rapidamente elevaram os números para mais de 30, ao dia de ontem.

Só ontem, com a anulação dos testes rápidos que a empresa ia fazer, e com o agendamento, para hoje, de uma iniciativa de testagem universal com testes PCR, é que se identifica uma intervenção coordenada das autoridades de saúde.

Esta é a evidência da gestão economicista que o SINTAB tem vindo a denunciar desde o início da crise pandémica, em que a segurança e a saúde dos Trabalhadores tem sido sempre colocada em segundo plano, em todo o setor da alimentação que, fruto dos confinamentos, tem assistido a um aumento considerável das encomendas, maioritariamente nas massas alimentícias e conservas, inerente ao grande crescimento do consumo doméstico.

Fonte: SINTAB