Trabalhadoras deslocadas de Lisboa voltaram a queixar-se ao Sindicato da Hotelaria do Algarve sobre a falta de condições de trabalho e de habitabilidade no Pestana Race Hotel. As trabalhadoras irão concentrar-se, hoje, às 18:00 horas, junto ao hotel, para mostrar a sua indignação e exigir respeito.

Além da falta de condições e da forma indigna como são tratadas, as trabalhadoras contratadas pela empresa de trabalho temporário Serlima queixam-se de estarem a ser enganadas. Segundo as mesmas, terá sido combinado, ainda em Lisboa, um pagamento de cinco euros por hora. Acontece que no passado dia 18 terá sido transmitido por uma representante da Serlima que o presente mês de Outubro iria ser pago a quatro euros por hora e que se alguém não estivesse contente que se fosse embora.

As trabalhadoras queixam-se ainda do facto de não lhes ter sido entregue um exemplar do contrato de trabalho e também da falta de respeito pelos horários de trabalho, denunciando que chegam a fazer 10 e 12 horas diárias, sendo transferidas constantemente, de forma abrupta, para outras unidades do grupo Pestana.

Outra das queixas é a falta de condições nas instalações onde ficam a pernoitar, nomeadamente a falta de comida, de sofás, de frigorífico com condições, de televisão, de Internet, de água fora do horário de funcionamento do refeitório e de transporte para sair do hotel, incluindo nas folgas.

As trabalhadoras também não percebem porque é que o seu contrato termina no final do mês quando a empresa está neste momento a recrutar outros trabalhadores para o mês seguinte.

Face a estas queixas o sindicato já pediu reunião urgente com a administração do Pestana Algarve Race e irá solicitar a intervenção da Autoridade para as Condições no Trabalho, nomeadamente pelo facto da Serlima não ter entregue às trabalhadoras um exemplar do contrato de trabalho. A reunião foi pedida para hoje, às 18h00, no Pestana Algarve Race, altura em que as trabalhadoras irão concentrar-se junto ao hotel para mostrar a sua indignação e exigir respeito.

O Sindicato da Hotelaria do Algarve reafirma a necessidade de se revogar as normas gravosas da legislação laboral e o combate urgente e efectivo à precariedade laboral. Para uma mudança real de política não basta afirmá-lo, é necessário medidas concretas que alterem a realidade.